MT: EMERGÊNCIA SANITÁRIA: Pesquisadores cobram medidas para enfrentamento da varíola dos macacos

MT:  EMERGÊNCIA SANITÁRIA:   Pesquisadores cobram medidas para enfrentamento da varíola dos macacos
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A Secretaria de Estado de Saúde confirmou 2 casos referentes a dois homens, com 27 e 34 anos, residentes em Cuiabá

Em Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) confirmou dois casos referentes a dois homens

Pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) alerta para a necessidade da adoção de ações multissetoriais e coordenadas no país para o enfrentamento da varíola dos macacos, causada pelo vírus Monkeypox.

A preocupação consta no artigo “Mokeybox: o que estamos esperando para agir?”, publicado por seis estudiosos de instituições de ensino de diferentes estados brasileiros, sendo São Paulo, Amazonas, Bahia e o Espirito Santo.

O documento traz um breve histórico sobre a doença, classificada como emergência em saúde pública de interesse internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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No país, já são mais de 1,7 mil casos de varíola dos macacos confirmados.

Em Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) confirmou dois casos referentes a dois homens, com idades de 27 e 34 anos, residentes em Cuiabá.

Há ainda a investigação de outros seis casos suspeitos no Estado, sendo dois em Várzea Grande, três em Rondonópolis e um em Sorriso.

“Esta escalada de casos (em nível nacional) ocorre em meio a um cenário em que o país convive com a pandemia da covid-19.  Este contexto continua sendo um significativo desafio sanitário que afirma a importância do Sistema Único de Saúde, ao mesmo tempo que demonstra a fragilidade do país em enfrentar uma emergência sanitária”, traz o artigo.

Entre os estudiosos que assinam o artigo está a professora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFMT, Ana Paula Muraro, que é professora epidemiologista e membro da Comissão de Epidemiologia da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), conforme informações da assessoria de imprensa da UFMT.

“Com a experiência que acumulamos no enfrentamento da pandemia de Covid-19, já sabemos que ações multissetoriais e coordenadas em todo o território nacional se faz necessária para fortalecer todos os aspectos para enfrentar mais uma emergência de saúde pública”, afirma.

Conforme Muraro, apesar de ser considerada uma doença autolimitada, ou seja, que geralmente apresenta cura espontânea, em alguns casos, pode haver a necessidade de tratamento medicamentoso específico e internação hospitalar específica, sobretudo em pessoas imunossuprimidas.

Contudo, o Brasil ainda não tem registro dos medicamentos para a doença, bem como as vacinas já disponíveis.

A falta de controle na transmissão pode elevar a gravidade.

“A transmissão elevada e muitas vezes não detectada eleva os riscos de ocorrência de casos graves e, portanto, mesmo sendo uma doença considerada de baixa gravidade, deve-se adotar medidas coordenadas para controle da transmissão e esforços para o acesso adequado para o acompanhamento e tratamento adequado dos casos e contatos”, destaca.

A pesquisa alerta ainda para a necessidade de uma comunicação adequada sobre a varíola dos macacos por diferentes motivos.

Além de orientar a população no enfrentamento à doença, outra medida a ser adotada com urgência é a adoção de medidas que evitem associar a doença a determinados grupos de pessoas.

“Torna-se urgente a implementação de intervenções para evitar a estigmatização e discriminação contra qualquer indivíduo ou grupo populacional”, comenta Ana Paula Muraro.

O artigo com os pesquisadores de diferentes universidades aponta que uma série de casos diagnosticados entre abril e junho deste ano, em 16 países, apontou que 98% das pessoas com infecções era homens que fazem sexo com outros homens (HSH) ou bissexuais, com idade mediana de 38 anos.

Fonte:  diariodecuiaba.com.br


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