MT: ORDEM DESUNIDA: Em Mato Grosso, policiais deixam a farda e saem em busca de poder

MT: ORDEM DESUNIDA:   Em Mato Grosso, policiais deixam a farda e saem em busca de poder
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Congestionamento de nomes para AL e Câmara revela falta de união em nome da representação da categoria

Reprodução
A coronel Fernanda, o coronel Assis, o tenente-coronel Paccola e o sargento PM Elizeu: militares querem o poder

Jair Bolsonaro, ao disputar a Presidência em 2018, pelo PSL, “sacudiu” quartéis e delegacias levando militares, policiais e bombeiros militares à política, inclusive, em Mato Grosso.

O efeito Bolsonaro continuou em 2020 e prossegue, principalmente, com oficiais e praças da Polícia Militar de olho na Câmara dos Deputados e na Assembleia.

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Esse interesse chegou ao Comando Geral da PMMT, de onde o coronel José Jonildo de Assis saiu em busca de mandato de deputado federal pelo União Brasil.

De olho no mesmo cargo sonhado por Assis, a coronel PM Rúbia Fernanda (PL) percorre municípios, à frente da caravana Rota 22.

A briga dos PMs por voto nem sempre é compartilhada por seus companheiros de farda que exercem mandatos de vereador.

A corporação permanece policial, porém, cada vez ganha contorno eleitoral.

Mesmo assim, alguns teimam em deixar a farda pelo poder político.

Em Mato Grosso, no pós-candidatura de Bolsonaro em 2018, a presença policial ganhou corpo na representação política.

Naquele ano, o policial rodoviário federal José Medeiros (PL) elegeu-se deputado federal.

Em 2014, pelo PPS, elegeu-se suplente do senador Pedro Taques, mas sua condição de servidor da segurança não foi determinante para a vitória da chapa de Taques, porém sua vitória à Câmara foi o que em política se chama “casada” com o voto bolsonarista.

Também naquele ano, três nomes da Segurança foram eleitos deputados estaduais: Delegado Claudinei (PSL), policial penal João Batista do Sindspen (Pros) e o sargento da PM Elizeu Nascimento (DC).

Em 2020, policiais conquistaram mandatos de vereador: o delegado da Polícia Civil, Adilson Gonçalves (PSD), venceu a eleição para prefeito de Barra do Garças; e o investigador de Polícia Civil Luciano Costa (SD) ganhou a eleição para vice-prefeito em Pontal do Araguaia.

Também naquele ano, em eleição suplementar ao Senado, três da Segurança disputaram mandato e, juntos, somaram mais votos do que o vencedor, Carlos Fávaro (PSD), que recebeu 371.857 votos.

Foram candidatos a coronel PM Fernanda (Patriota), que cravou 293.362 votos; José Medeiros (Podemos), com 128.922 votos; e o sargento Elizeu Nascimento (DC), com 66.966 votos.

Na Assembleia, o sargento Elizeu, o Delegado Claudinei e João Batista do Sindspen disputarão à reeleição, a exemplo de José Medeiros, na Câmara.

Os quatro mudaram de partido. O Delegado Claudinei trocou o PSL pelo PL; João Batista saiu do Pros para o PP; sargento Elizeu migrou do DC para o PSL e desse para o PL; e Medeiros abandonou o Podemos pelo PL.

O delegado de Polícia Civil em Sinop, Sérgio Ribeiro Araújo (PSL), é primeiro suplente de deputado estadual

.A capilarização da PM nos municípios não significa que as candidaturas de policiais militares receberão apoio de seus companheiros de farda, Mato Grosso afora.

Em Tabaporã, o sargento Ilson Pereira (MDB) cumpre o segundo mandato consecutivo e articula seu nome para a Prefeitura em 2024.

Ilson conta com apoio da cúpula de seu partido em seu projeto político e tem que devolver com a mesma moeda: o vereador é considerado apoiador do presidente regional da sigla, deputado federal Carlos Bezerra, que disputará a reeleição, e da sua correligionária deputada estadual Janaína Riva, domiciliada no vizinho município de Juara.

Em suma: a fator farda nem sempre somará para eleição de policiais militares.

CÂMARA – A bancada de Mato Grosso na Câmara dos Deputados tem oito cadeiras e, à exceção de Neri Geller (PP), que articula seu nome ao Senado, os demais tentarão a reeleição. Dentre eles, José Medeiros.

Nesse contexto, políticos da área da Segurança tentarão se eleger; a exemplo dos coronéis PM Assis e ernanda; sargento PM Vidal; delegado de Polícia Civil Sérgio Stringueta (Republicanos); e o policial federal Rafael Beal Ranalli (PL), que, em 2018, disputou esse mesmo cargo pelo Pros, recebendo 33.523 votos.

ASSEMBLEIA – Além dos integrantes da área de Segurança que tentarão se reeleger à Assembleia, outros do mesmo setor querem vaga no Legislativo Estadual.

A relação é extensão e inclui, em Alta Floresta, o vereador e investigador de Polícia Luciano Silva (Podemos), que também é professor e bacharel em Direito.

Em Rondonópolis, o vereador subtenente do Exército (EB), Carlos Alberto Guinâncio Coelho (PSDB).

Em Cuiabá, o líder da Associação dos Cabos e Soldados da PM e dos Bombeiros, sargento PM Laudicério Aguiar Machado (Agir); o vereador sargento PM Joelson Fernandes (PSB); e o tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos).

Em Sinop, a sargento PM Lucélia Alves dos Santos (Podemos).

Lucélia foi candidata a vice-prefeita do médico Jorge Yanai (Podemos), em 2020.

E em Barra do Garças, o vereador e sargento PM Ronair Nunes (PSDB).

Na cúpula do tucanato, Ronair é considerado peça-chave para a legenda e seu nome figura entre aqueles que deverão ser os mais votados do partido.

ELEITOS – Em 2020, integrantes da Polícia Militar conquistaram mandatos de vereador em vários municípios: subtenente Marivaldo (PP), Barra do Bugres; sargento Roberto Araújo de Araújo (PP), Araguaiana; sargento Juarez Fernandes Vidal (Pros), sargento Joelson Fernandes (PSB); e tenente-coronel Marcos Eduardo Ticianel Paccola (Republicanos).

Em Cuiabá: sargento Divino Pereira Gomes(DEM), Nova Guarita; tenente Aparecido Donizete dos Santos (MDB), Porto dos Gaúchos; subtenente Sanclair Silva Santarém (PSD), Canarana; cabo Odenilho Moreira de Sousa (MDB), Feliz Natal; sargento Valerindo Martins Sampaio (PSL)), Campo Verde; tenente Francismar Francisco Nascimento (PL), Dom Aquino; sargento Denival Rodrigues Galibert (PSL), Várzea Grande; sargento Ronair Nunes (PSDB), Barra do Garças; sargento Ricardo Barbosa dos Santos (PSD), Alto Araguaia; e sargento Ilson Pereira (MDB), Tabaporã.

Esses nomes, numa visão que policiais militares chamam de “público interno”, são a base de sustentação das candidaturas na esfera municipal.

Dessa relação, quatro são pré-candidatos à eleição de outubro.

INCHAÇO – Muitos integrantes da Segurança Pública disputam mandatos, e isso resulta na pulverização de votos.

Em 2020, nas três principais cidades de Mato Grosso, vários policiais ficaram pelo caminho, na tentativa de eleição à Câmara

.Em Cuiabá, dentre outros, foram derrotados o coronel BM Agnaldo Pereira (PSL), o delegado Marcos Veloso (PV) – que tentava a reeleição -, o sargento EB Assis do Bigode (Republicanos) e a subtenente PM Vitória.

Em Várzea Grande, o investigador Pereira (PL), o sargento PM Davi Pires (MDB), o sargento PM Ednaldo Toti (PSL) e o sargento PM Marçal.

Em Rondonópolis, o PRF Aristóteles Cadidé (Republicanos) e o investigador Enéas (PP).

Nas eleições estaduais em 2018, integrantes da Segurança ficaram pelo caminho.

Para a Câmara, o cabo PM Laudecir (DC) – agora sargento -, cabo PM Ivan Guimarães (PV), coronel PM Jorge Luiz (PSD), coronel PM Sandro (PHS), PRF Rafael Ranalli (Pros) e o tenente-coronel PM Wanderson (PV).

Para a Assembleia: coronel PM Ardonil (PV), cabo PM Faria (Patriota), capitão PM Magalhães (Podemos), PRF Pelizer (Podemos), sargento PM Edson Novo (PSL), sargento BM Flávia (DC), sargento PM Genésio (PMN) e o delegado Sérgio (PPS), que, em 2020, disputou a Prefeitura de Sinop pelo PSL e, recentemente, filiou-se ao PL.

Fonte:     diariodecuiaba.com.br


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