Com a troca na Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, que envolveu a substituição da então secretária Carlina Jacob pelo engenheiro Aluízio Leite, a gestão do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), passou a acumular 9 baixas nas cadeiras principais do staff.
A troca na Cultura da Capital foi anunciada pelo prefeito no último dia 13. Sem citar a motivação da troca, o prefeito se mostrou grato pela gestão de Jacob, sinalizando que a substituição teria sido amistosa.
A atmosfera de “troca tranquila” no staff, porém, não foi a tônica de 2021 para a gestão Pinheiro. Isto porque neste ano o prefeito vivenciou novas baixas no secretariado, que chegaram a culminar até em prisão, a exemplo do então secretário municipal de Saúde Célio Rodrigues.
Conforme noticiado pela reportagem, o administrador de empresas Célio Rodrigues foi o último afastamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que se deu no âmbito da Operação Curare, deflagrada no final de julho.
Suspeito de envolvimento em uma organização criminosa na Saúde, Célio foi preso pela Polícia Federal em outubro no âmbito da segunda fase da Curare, a Operação Cupincha.
O cenário de escândalos na Saúde de Cuiabá, contudo, não teve início com a gestão de Célio à frente da pasta.
Saúde em crise constante
A primeira baixa da Saúde foi no primeiro mandato de Emanuel, quando a então secretária Elizete Araújo pediu para sair, ainda em março de 2018.
No período, a pasta era bombardeada com denúncias de falta de medicamentos. Com a crise, a secretária pediu exoneração.
Depois, Emanuel nomeou interinamente Huark Douglas em março de 2018, mas o médico só ficou na pasta até dezembro, quando foi exonerado.
A saída de Huark se deu após ele ser alvo da Operação Sangria em dia 4 de dezembro. A operação foi deflagrada para apurar irregularidades em contratos de prestação de serviços do setor médico de Cuiabá.
Posteriormente, Huark foi preso na Operação Sangria. Além dele, também foi preso Flávio Taques, que era adjunto de Gestão da Saúde, mas foi exonerado após a operação.
No lugar de Huark, o prefeito nomeou o procurador de Cuiabá Luiz Antônio Possas de Carvalho. O então gestor ficou à frente da pasta até outubro de 2020, quando pediu exoneração após ser alvo da Operação Overpriced.
Possas foi alvo pela compra de remédios superfaturados na pandemia com dispensa de licitação.
Com Possas fora da Saúde, Emanuel nomeou Ozenira Félix para assumir o comando da SMS em outubro de 2020.
Porém, o período à frente da pasta foi curto, tendo fim em junho de 2021, após a então secretária ter experimentado uma onda de escândalos junto à pasta.
No mesmo período, o também investigado pela Overpriced, o secretário adjunto de Gestão da Secretaria de Saúde, João Henrique Paiva, foi exonerado de suas funções junto ao Executivo municipal em junho de 2021.
Baixas em outras pastas
Em junho de 2020, o então secretário municipal de Educação de Cuiabá, Alex Vieira, foi exonerado na Operação Overlap.
Investigação apurou que ele utilizou a estrutura da prefeitura para recebimento de dinheiro ilícito de empresas próprias que eram responsáveis por realizar obras para o Executivo municipal.
Ainda na Overlap também ocorreu a exoneração do procurador-geral do Município Marcus Brito. Na segunda fase da operação, em setembro de 2020, Brito virou alvo por favorecimento no esquema ilícito executado por Vieira.
O procurador-geral teria agido em benefício próprio, uma vez que durante o período em que foi secretário municipal de Inovação e Comunicação de Cuiabá autorizou a contratação de uma empresa de Alex Vieira – que era seu sócio.
A baixa mais recente fora da Saúde foi na Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, com a exoneração do então secretário Antenor Figueiredo durante a Operação Sinal Vermelho.
Fonte: gazetadigital.com
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