MT: VULNERABILIDADE: Presença de pessoas pedindo ajuda nas ruas é cada vez mais frequente

MT: VULNERABILIDADE:  Presença de pessoas pedindo ajuda nas ruas é cada vez mais frequente
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São homens e mulheres – por vezes, com crianças – que vão às da Capital ruas pedir dinheiro

Reprodução
É cada vez mais frequente a presença de pessoas pedindo ajuda, nas rotatórias e cruzamentos das avenidas mais movimentadas

Invisíveis aos olhos de boa parte da sociedade, é cada vez mais frequente a presença de pessoas pedindo ajuda, nas rotatórias e cruzamentos das avenidas mais movimentadas, na região metropolitana de Cuiabá.

São homens e mulheres, por vezes, acompanhadas de crianças, que vão para as ruas pedir dinheiro ou anunciam produtos, como balas e bombons, em cartazes de papelão improvisados.

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“Não é mais só o pessoal de rua. A gente percebe que têm pessoas pedindo ajuda por estarem desempregadas e não terem o que comer em casa”, diz o comerciante Júlio Mário Santana, que tem um estabelecimento próximo do cruzamento da Avenida Tenente-Coronel Duarte (Prainha) e com a Avenida Dom Bosco, na região central de Cuiabá.

Na terça-feira (12), pela manhã, um homem e uma mulher carregando um cartaz de papelão pediam contribuição aos motoristas que paravam no semáforo.

Ao perceberam a aproximação da reportagem do DIÁRIO, eles se esquivaram e não quiseram conversar.

Mas, o apelo estava descrito no papelão: “Preciso de ajuda para comprar alimentos, nos ajude com 2,00 ou 1,00”.

A cerca de um quilômetro do local, no cruzamento da Prainha com a Coronel Escolástico, próximo ao Morro da Luz, outros dois rapazes, provavelmente, usuário de drogas, também abordavam os condutores.

Um pouco mais à frente, já na rotária da Avenida Mato Grosso com a Prainha, o pedido de ajuda vinha do venezuelano Welmen José, de 42 anos.

Com um suporte pendurado no pescoço contendo os dizeres “preciso de ajuda”, ele aproveita para vender balinhas.

“Por dia, a gente consegue uns R$ 30,00, R$ 40,00”, disse.

Deficiente físico, Welmen José, a mulher e dois filhos, de 3 e 13 anos, estão na Capital há sete meses.

“Viemos em busca de uma vida melhor. Na Venezuela, está cada vez pior e aqui a gente ainda consegue alguma ajuda”, comentou.

A Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência informou, por meio da assessoria de imprensa, que o município conta com o programa “Quero te conhecer imigrante”, tem feito abordagem e realizado ações contínuas nos pontos de concentração dessas pessoas para cadastro, credenciamento nas unidades do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), de abrangência para acessarem os programas sociais de governo.

Contudo, observou que a maioria se esconde, quando percebe a presença da equipe porque acredita que o órgão municipal quer punir, sendo que o objetivo é referenciar e orientar, inclusive, alertar sobre a exposição de crianças, o que é crime.

“Vale lembrar que desde o início da adoção das medidas de enfrentamento à Covid-19, 450 refeições são entregues nas principais ruas e avenidas, bem como para os trabalhadores do aterro sanitário”, informou.

PLANO ESTADUAL – No último dia 6, representantes do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) apresentaram ao governador Mauro Mendes (UB) sugestões para efetivação da Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Pesan).

A iniciativa faz parte das ações previstas pelo “Projeto Cibus – Você tem fome de quê?”.

Além da retomada imediata do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), o MP-MT sugere a criação do Banco de Alimentos do Estado, a ampliação de restaurantes populares em municípios com maior percentual da população em vulnerabilidade nutricional e alimentar e a consolidação do Programa de Transferência de Renda como Programa Permanente.

Na oportunidade, foi defendida ainda a destinação da produção da Colônia Penal Palmeiras, localizada no município de Santo Antônio de Leverger (27 km ao Sul de Cuiabá), para o enfrentamento da insegurança alimentar da população hipervulnerável, ou seja, quem se encontra em situação de pobreza extrema.

DADOS – Dados coletados no “Mapeamento da Insegurança Alimentar e Nutricional”, desenvolvido pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional no Estado de Mato Grosso, 88 municípios encontram-se em situação de vulnerabilidade alimentar.

Já informações do Cadastro Único do Governo Federal revelam que, em 2020, Mato Grosso possuía 515.862 mil famílias cadastradas, sendo 200.660 mil famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.

Outras 161.843 mil famílias são beneficiárias do programa “Bolsa Família”, com uma demanda reprimida de 38.817mil famílias sem acesso ao Bolsa Família.

Fonte:        diariodecuiaba.com.br


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