Sindicato de professores e profissionais da saúde adere a movimento por aumento salarial

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Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) se uniu às carreiras típicas de Estado e aprovou nesta sexta-feira, 14, um calendário de mobilização para recomposição salarial, inclusive com indicativo de greve se não houver avanços nas negociações. O Fonasefe reúne cerca de 30 categorias, como professores, profissionais de saúde, servidores da seguridade social, além de carreiras típicas de Estado e funcionários do Judiciário, contabilizando mais de 500 mil funcionários na ativa.

O Fórum vai participar dos atos públicos em frente ao Banco Central e ao Ministério da Economia, em Brasília, previstos para a próxima terça-feira, 18, e deve entregar ao ministro Paulo Guedes uma reivindicação de reajuste salarial de 19,99%, para recompor a perda inflacionária no governo Jair Bolsonaro.

Segundo o coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), David Lobão, no dia 18, será entregue a Guedes um documento que mostra que a categoria já acumula perda salarial de 53% desde 2010, uma vez que os últimos reajustes não compensaram a inflação. Só no governo Bolsonaro, em que os salários ficaram congelados, a perda é de 19,99%.

Lobão explica que a entrega do documento com a reinvindicação de reajuste é uma abertura de negociação com o governo. Mas que, se não houver avanços, o Fonasefe já aprovou uma “jornada de lutas” entre 14 e 25 de fevereiro, período em que a categoria planeja fazer paralisações, protestos em frente aos locais de trabalho e manifestações em Brasília. “Se o governo não abrir um processo de negociação, há um indicativo de greve dos servidores previsto para o dia 9 de março.”

O coordenador-geral do Sinasefe admite, porém, que a campanha será uma luta e com um calendário apertado, já que a legislação eleitoral estabelece que os reajustes só podem ser concedidos até seis meses antes do pleito – até 4 de abril. “Acreditamos que teremos de fazer uma luta dura. Hoje, a discussão foi muito em cima disso. Precisamos movimentar a base e chegar em 9 de março com sangue nos olhos”, diz, argumentando que os recordes de arrecadação poderiam financiar a recomposição salarial do funcionalismo.

O governo tenta se cercar de argumentos legais para impedir um reajuste a servidores públicos federais este ano, se agarrando à legislação eleitoral e à Lei de Responsabilidade Fiscal. Diante da mobilização dos servidores, o presidente Jair Bolsonaro já indicou até que pode voltar atrás na promessa aos policiais, despertando a ira das categorias.

Segundo cálculos do diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do SenadoFelipe Salto, cada 1% de reajuste linear para o funcionalismo federal custa de R$ 3 a R$ 4 bilhões aos cofres públicos. No Orçamento de 2022, ainda não sancionado, foi reservado um montante de R$ 1,7 bilhão para reajuste de servidores.

O Dia Nacional de Mobilização na próxima terça foi inicialmente proposto pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). O movimento já rendeu entrega de cargos de auditores da Receita Federal e servidores do Banco Central ameaçam seguir pelo mesmo caminho se não houver avanços.

Com a adesão da Fonasefe, o movimento do dia 18 deve contar com mais de 50 categorias, considerando também a participação do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público (SindJus) e do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis).

O SindJus enviou ofício ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, para atuar em relação à recomposição salarial da categoria. A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), associada ao Fonasefe, também informou que fará uma ação em Brasília no dia 2 de fevereiro para cobrar de Fux a recomposição salarial, segundo o coordenador Thiago Duarte.

Fonte:      msn.com


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