Ex-conselheiros da Associação Brasileira dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) tentaram minimizar o escândalo envolvendo o ex-presidente Associação Brasileira dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e atual presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, que é acusado de utilizar recursos da entidade para patrocinar atos antidemocráticos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021.
Os ex-integrantes do Conselho Fiscal, Naildo da Silva Lopes, José Guarino Fernandes e Jesus José Cassol prestaram depoimento à CPI da Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa, na tarde nesta quinta-feira (3).
O grupo foi responsável por reprovar as contas de Galvan no ano de 2020, por conta de irregularidades e falta de documentos em 72% dos contratos no ano de 2020. “No nosso parecer nós deixamos claro que faltaram documentos nos certificados dos contratos que eram celebrados, como por exemplo na advocacia, comunicação. Tinham contratos que faltava um documento, já outros faltavam 5”, disse Naildo.
eia também – Conselho apontou irregularidades em 72% dos contratos da Aprosoja em 2020
Durante a oitiva, os depoentes afirmaram que não faziam mais parte do Conselho quando Galvan foi alvo da Polícia Federal por incentivar atos contra o STF em 2021. Naildo, inclusive chegou a se emocionar ao alegar que possui a “consciência limpa” sobre qualquer tipo de denúncia.
“Não tenho nada a declarar nesse aspecto, não tenho conhecimento de nada em relação a isso, até mesmo porque foi em 2021. Não vimos nada relacionado a irregularidades na conta da Aprosoja após esse período”, acrescentou Naildo.
Contudo, no depoimento, os conselheiros apresentaram algumas declarações que chamou a atenção da CPI. Isso porque durante os questionamentos, os ex-conselheiros admitiram que foram impedidos de terem acessar alguns documentos financeiros da entidade no ano de 2020 por conta das eleições.
Para o presidente da CPI, deputado Wilson Santos (PSDB), ficou claro os indícios de que Galvan tenha utilizado os recursos da forma indevida. O tucano afirmou que vai solicitar o envio da auditoria realizada na entidade quando o Conselho Fiscal votou pela reprovação das contas.
O parlamentar ainda não descartou a possibilidade da CPI convocar os atuais conselheiros, já que as denúncias ocorreramm no ano passado.
“Ficou claro que houve malversação de recursos da Aprosoja. Ficou claro que eles estavam precavidos e mediram as palavras. Mas também ficou claro de que eles concordam que o presidente Antônio Galvan não agiu com correção em 78% dos processos movidos naquele ano de 2020. A CPI vai buscar a documentação necessária porque segundo parte do Supremo Tribunal Federal, trata-se de recursos públicos”, disse.
Fonte: gazetadigital.com