O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, não se sensibilizou com a situação do empresário Andreson Oliveira Gonçalves, que já perdeu mais de 20 quilos no presídio Ahamenon Lemos Dantas em Várzea Grande, onde está preso desde novembro do ano passado, acusado de ser o principal lobista do esquema de venda e compra de sentenças em diversos Tribunais de Justiça e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A informação chegou ao ministro após a defesa do lobista ter comunicado sua situação, que, segundo ele, estaria bastante debilitado.
Isso porque o Andreson não tem tido as 6 refeições necessárias para se alimentar, já que ele teria passado por uma cirurgia bariátrica anos atrás e precisa ter uma alimentação diferenciada. Ele se encontra preso em Regime Diferenciado Disciplinar (RDD), ou seja, está isolado de outros presos.
Após o comunicado de que o preso teria perdido mais de 20 quilos, o juiz-corregedor visitou Andreson e depois comunicou Zanin, decidindo mantê-lo preso, sem possibilidade de transferência para algum hospital ou relaxar a prisão para o regime domiciliar.
Nos bastidores, a informação é de que Andreson estaria buscando uma colaboração premiada. Porém, a defesa liderada pelo advogado Luiz Henrique Prata, mesmo advogado do general Braga Netto, afirma que isso não passa de especulação e de que não existe nenhum pedido de delação.
Andreson Oliveira Gonçalves foi preso no dia 25 de novembro de 2024 durante a Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal para investigar crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional com venda de sentença.
Segundo as investigações, ele seria o lobista do esquema de venda de sentenças do falecido advogado Roberto Zampieri.
Ele passou a ser alvo de investigação, após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ter requerido o celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023.
Nas conversas entre Zampieri e Andreson, se viu um esquema de compra e venda de sentenças em vários Tribunais de Justiça e no STJ.
De acordo com a investigação, Andreson estabeleceu uma rede de contatos com magistrados e assessores de ministros do STJ e integrantes das Cortes Estaduais, bem como com uma série de intermediadores, a fim de auferir benefícios derivados de decisões judiciais e informações privilegiadas.
Fonte: www.gazetadigital.com.br