Enquanto Maria de Fátima (Bella Campos) sobe ao altar para aplicar o maior golpe do baú da teledramaturgia nacional com Afonso Roitman (Humberto Carrão) como a próxima vítima, outro “roubo” mais sutil foi percebido pelos internautas atentos do X (antigo Twitter). E não estamos falando de um cheque sem fundo ou chantagem emocional: o burburinho gira em torno de um vestido de noiva.
Na cena em que a pilantra mais famosa do horário nobre posa para um ensaio fotográfico nos jardins da mansão da tia do noivo, Celina (Malu Galli), Fátima aparece com um vestido de silhueta princesa, mangas bufantes e arabescos florais rendados. Bastou a imagem circular para que uma usuária do X soltasse: “E o vestido da Maria de Fátima que é igual ao da Thássia Naves???”.
Sim, Brasil. O modelito “nº 2” da vilã da novela “Vale Tudo” é praticamente um déjà vu para quem acompanha o universo fashion. Ele já tinha brilhado (e muito!) no casamento da influenciadora Thássia Naves, realizado em 2019. E não foi qualquer casamento: foi o tipo de evento que para Uberlândia, as redes sociais e até os olhos dos alfaiates de plantão.
Na ocasião, Thássia usou o vestido como look principal da primeira cerimônia com o agrônomo Artur Attie, celebrada na mesma igreja em que foi batizada. Assinado por ninguém menos que Sandro Barros, o vestido era um monumento ao romantismo: 80 metros de tule, arabescos bordados em linha branca e prata, micro paetês aplicados manualmente, véu bordado com rosas e sapatos sob medida da grife René Caovilla! Ah, uma equipe de 8 costureiras e 4 bordadeiras trabalharam por 4 meses na peça, viu?
Um verdadeiro desfile de quiet luxury, expressão que, curiosamente, também é a alma por trás do figurino de… “Vale Tudo”.
A reviravolta fashion da ficção tem uma explicação bem real. Quem está por trás da consultoria de moda da nova versão da novela é Bruno Astuto, jornalista, colunista, expert em luxo e, veja só, marido de Sandro Barros, o criador do vestido de Thássia.
Astuto atua como consultor de moda da novela, em parceria com a figurinista Marie Salles, ajudando a definir o visual dos personagens de elite, como a temida Odete Roitman (Debora Bloch). A proposta é criar um visual sofisticado, inspirado no conceito de quiet luxury: exclusividade, alta qualidade, mas sem ostentação descarada.
O figurino de Maria de Fátima, portanto, se encaixa perfeitamente na narrativa: a personagem tenta se passar por alguém de status, de forma calculada, com figurinos que mesclam romantismo, poder e teatralidade. Coincidência fashion ou uma homenagem velada ao trabalho do marido?