MEIO AMBIENTE: Confronto durante operação na TI Sararé deixa um morto

MEIO AMBIENTE:  Confronto durante operação na TI Sararé deixa um morto
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Equipes de fiscalização do Ibama e da Polícia Civil de Goiás foram atacadas durante uma ação de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, que enfrenta um número crescente de crimes ambientais, impulsionados por organizações criminosas armadas

Equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Civil de Goiás foram atacadas, nessa sexta-feira (1), por garimpeiros durante operação na Terra Indígena (TI) Sararé, que fica em Pontes e Lacerda (448 km ao Oeste de Cuiabá), próximo à fronteira com a Bolívia. Um garimpeiro morreu após ser baleado durante um confronto com os agentes.

O ataque aconteceu durante a abordagem de veículos utilizados no garimpo ilegal em uma estrada dentro da TI. Durante a fiscalização, conforme o Ibama, uma caminhonete dos garimpeiros envolvidos com atividade ilegal avançou contra os servidores, que reagiram à investida. “Um dos ocupantes do veículo foi atingido por disparo de arma de fogo”, informou o órgão federal por meio de nota.

De acordo com o Ibama, os primeiros socorros foram prestados de imediato pela equipe de fiscalização ainda no local. O ferido foi levado de helicóptero até o perímetro urbano do município, onde foi encaminhado pelo Corpo de Bombeiros para uma unidade hospitalar.

O garimpeiro teve uma parada cardiorrespiratória e, durante o transporte até o hospital, foram realizadas manobras contínuas de reanimação, porém sem sucesso. Pouco após dar entrada na unidade, o garimpeiro teve a morte confirmada pela equipe médica. Até o momento, a vítima ainda não foi identificada.

CRIMES AMBIENTAIS – Ocupada pelo povo Nambikwara, a TI Sararé registra um número crescente e alarmante de crimes ambientais, como desmatamento, garimpo ilegal e contaminação de rios. Segundo o Ibama, a TI conta com uma área de 67 mil hectares e está entre as mais afetadas pelo garimpo ilegal no Brasil.

A estimativa é de que aproximadamente 2 mil hectares tenham sido devastados pela exploração ilegal de ouro, impulsionada por organizações criminosas armadas que atuam na região. “Desde 2023, o Ibama vem intensificando as ações de repressão à atividade ilegal. Mais de 300 escavadeiras utilizadas no garimpo foram apreendidas e destruídas, além de motores e outros equipamentos”, destacou o Ibama.

FACÇÕES – Em agosto de 2024, a organização não governamental (ONG) ambiental internacional Greenpeace revelou que relatos de lideranças indígenas indicam que facções criminosas regionais, ligadas ao Comando Vermelho (CV), estão operando nos garimpos abertos de Norte a Sul, ao longo do limite oeste do território.

Conforme o Greenpeace, essas facções controlam a maioria das currutelas (pequenos acampamentos garimpeiros), e espalham violência e ameaçam indígenas de morte. Além disso, o território, que já foi palco de conflitos por espaço entre os próprios garimpeiros, registra um número crescente de assassinatos. Desde 2023, mais de 10 garimpeiros foram mortos na disputa por áreas de exploração.

Fonte:  www.diariodecuiaba.com.br


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