Contraste em exames de imagens: 10 mitos e verdades que você precisa saber

Contraste em exames de imagens: 10 mitos e verdades que você precisa saber
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Especialistas esclarecem as principais dúvidas sobre a segurança e a importância do contraste em exames como tomografia e ressonância magnética

O contraste é um recurso extremamente importante na medicina diagnóstica, permitindo diagnósticos mais precisos e precoces. O assunto, no entanto, ainda desperta insegurança entre muitos pacientes.

“É importante saber que o contraste é um aliado essencial da medicina diagnóstica moderna. Com ele, conseguimos ver o que, muitas vezes, o exame simples não mostra. Ele permite identificar precocemente algumas lesões, guiar tratamentos e, potencialmente, contribuir com diagnósticos antes do avanço da doença, o que pode salvar vidas”, destaca Cecília Achcar, diretora médica da Guerbet para América Latina.

Pensando em sanar as principais dúvidas sobre o assunto a profissional e Bruno Campello, CEO da Guerbet Brasil, responderam à CNN o que é mito e o que é verdade sobre o contraste em exame de imagens. Confira!

Mitos e verdades sobre o contraste que você precisa saber

1. “Contraste faz mal à saúde”

Mito. Os meios de contraste são seguros para a grande maioria das pessoas e são amplamente utilizados em exames como tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas. Reações adversas graves são raras, ocorrendo entre 0,04% e 0,004% em contrastes iodados não iônicos (para tomografias) e entre 0,003% e 0008% em contrastes à base de gadolínio (para ressonância). Antes da aplicação, os profissionais de saúde sempre avaliam o histórico clínico do paciente.

2. “O contraste é necessário em todos os exames.”

Mito. Nem todos os exames exigem o uso de contraste. O médico avalia cada caso individualmente e só solicita o contraste quando ele é essencial para visualizar estruturas específicas do corpo. O uso do contraste melhora a visualização de órgãos, vasos sanguíneos e possíveis alterações, ajudando o médico no diagnóstico de doenças com mais precisão e, muitas vezes, de forma precoce.

3. “O contraste pode prejudicar os rins.”

Verdade (em alguns casos). Em pessoas com problemas renais, o contraste iodado pode sobrecarregar os rins. Por isso, exames de sangue são realizados antes para avaliar a função renal e evitar riscos.

4. “Pessoas com alergia a frutos do mar podem ter reação ao contraste.”

Mito. O iodo é um elemento essencial ao organismo humano, presente em alimentos como o sal iodado e os frutos do mar, além de estar presente em medicamentos, como os meios de contraste. O componente, por si só, não é considerado um alérgeno. As reações adversas aos meios de contraste não são causadas pelo iodo em si, mas por outras substâncias presentes em sua formulação.

A alergia a frutos do mar é provocada por proteínas específicas, como a tropomiosina, e não pelo iodo contido nesses alimentos. Portanto, embora o iodo seja o mesmo elemento químico presente tanto nos frutos do mar quanto nos meios de contraste, não existe relação causal entre alergia a frutos do mar e reações ao contraste iodado.

5. “Todo contraste é igual.”

Mito. Os contrastes não são todos iguais. Existem diferentes tipos, como os iodados (usados em tomografias) e os à base de gadolínio (usados em ressonâncias magnéticas), cada um com composições, indicações e mecanismos distintos. A escolha do contraste depende do tipo de exame, das condições clínicas do paciente (como função renal e alergias) e da marca e formulação específica do produto, que podem variar em termos de osmolaridade, viscosidade e perfil de segurança — fatores que influenciam diretamente na tolerância e na eficácia do contraste.

6. “Doenças cardíacas aumentam o risco de reação ao contraste.”

Verdade (em alguns casos). Pessoas com doenças cardíacas, especialmente aquelas com insuficiência cardíaca, hipertensão grave ou doença arterial coronariana, podem ter um risco aumentado de reações adversas ao contraste iodado, principalmente em exames que exigem grandes volumes ou administração rápida do contraste. No entanto, esse risco pode ser minimizado com avaliação prévia, hidratação adequada e escolha cuidadosa do tipo e da dose do contraste. Além disso, a equipe médica sempre avalia o risco-benefício antes do procedimento.

7. “O contraste é radioativo.”

Mito. O contraste utilizado em exames de imagem não é radioativo. A radiação presente em exames como a tomografia computadorizada vem do próprio equipamento, e não do contraste administrado ao paciente. Além disso, o contraste é eliminado naturalmente pelo organismo, principalmente pelos rins, em poucas horas, sem se acumular no corpo.

8. “O contraste pode causar calor ou gosto metálico na boca.”

Verdade. É comum que algumas pessoas relatem uma sensação de calor pelo corpo ou um gosto metálico na boca logo após a aplicação do contraste, especialmente o iodado. Essas sensações são consideradas normais, temporárias e inofensivas, desaparecendo espontaneamente em poucos minutos.

9. “É preciso interromper a amamentação ao usar contraste.”

Mito (com ressalvas). A amamentação não precisa ser interrompida após exames com contraste iodado ou à base de gadolínio. Estudos mostram que apenas uma quantidade mínima do contraste é excretada no leite materno, e, dessa fração, menos de 1% é absorvida pelo organismo do bebê, o que torna o risco de efeitos adversos extremamente baixo. Ainda assim, se a mãe se sentir insegura, pode optar por ordenhar e desprezar o leite nas primeiras 12 a 24 horas após o exame — embora essa medida não seja necessária do ponto de vista médico. A equipe de saúde deve sempre orientar com base em evidências e respeitar a decisão da lactante.

10. “Quem tem diabetes não pode usar contraste.”

Mito (com cuidados). Pessoas com diabetes podem realizar exames com contraste, mas alguns cuidados são necessários. É fundamental informar o médico sobre a condição, pois alguns medicamentos precisam ser suspensos temporariamente antes e/ou após o exame, especialmente se houver risco de alteração na função renal. Com acompanhamento adequado e hidratação, o uso do contraste é seguro para a maioria dos pacientes diabéticos.

 

 

 

Fonte: www.cnnbrasil.com.br


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