Grupo de parlamentares articula para que seja construída uma solução para evitar fechamento de hospital
Os deputados estaduais voltaram à carga na cobrança por um desfecho feliz na disputa pela Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, que está próxima de ter sua sede leiloada para pagar dividas trabalhistas que chegariam a R$ 50 milhões, sem contar que ainda há dívidas judicializadas com fornecedores.
Em articulação do 1º secretário da Assembleia Legislativa, João José (MDB), e do presidente da Comissão de Saúde, Paulo Araújo (PP), foi aprovado convite para que o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, se apresente no Colégio de Líderes, para discutir soluções para a unidade hospitalar, que é a mais antiga de Cuiabá.
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“Não se admite a possibilidade de fechar uma unidade como a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá”, disse João José, que é medico e já atuou em várias unidades hospitalares, na Grande Cuiabá.
A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa vai ainda se reunir com o Ministério Público do Estado, que é contrário ao fechamento da unidade e defende que, se isso vier acontecer, somente se dará com a garantia de manutenção de serviços essenciais, como o tratamento oncológico (câncer) e de hemodialise para crianças.
O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), já demonstrou interesse em assumir a gestão da Santa Casa, mas observou que isso dependeria do apoio e suporte tanto dos governos Federal e Estadual.
Paulo Araújo reafirmou que é fundamental a manutenção do funcionamento da unidade hospitalar, e que todos os deputados estão determinados em indicar emendas para ajudar na regularização da situação e na manutenção.
“Se tiver boa vontade, é possível reverter este quadro e construir uma solução para que a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá continue funcionando e atendendo aqueles que precisam da Saúde Pública, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
O titular da 7ª Promotoria de Justiça Civil de Cuiabá, Milton Mattos da Silveira Neto, admitiu acionar o Poder Judiciário, caso não seja apresentado um “plano claro e coeso” em relação aos atendimentos de oncologia e hemodiálise pediátrica, que não podem ser suspensos e atualmente são realizados pela Santa Casa.
Os números da Santa Casa impressionam: são 196 leitos ativos, 600 cirurgias por mês – mais de 7 mil por ano – e 15 especialidades médicas.
Somente no segundo semestre de 2024, foram 64 mil atendimentos, serviços estes que não podem ser assumidos por outra unidade.
Fonte: www.diariodecuiaba.com.br