Decisão permite que Lisa Cook permaneça no banco central dos Estados Unidos para a reunião de política monetária, que irá definir os juros do país na quarta-feira (17)
Lisa Cook é primeira mulher negra a ocupar o cargo
O pedido de Donald Trump para afastar Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, foi negado pelo Tribunal de Apelações do país nesta segunda-feira (15). É a primeira vez desde a criação da instituição, em 1913, que um líder do país tenta remover um diretor do cargo. As informações são do g1.
A decisão do tribunal permite, na prática, que Cook participe normalmente da reunião política monetária do Fed, marcada para esta quarta-feira (17). A expectativa é que o banco central reduza os juros dos EUA, diante de um mercado de trabalho em desaceleração.
O tribunal rejeitou, nesta segunda-feira, o pedido do Departamento de Justiça americano de suspender temporariamente a ordem de um juiz que impedia Trump de remover Cook, indicada pelo ex-presidente democrata Joe Biden
No dia 9 de setembro, a juíza distrital dos EUA, Jia Cobb, decidiu que as alegações de Trump de que Cook teria cometido fraude hipotecária antes de assumir o cargo, fato negado por ela, provavelmente não constituem motivos suficientes para a remoção dela, conforme a lei que criou o Fed
Quando o Congresso americano criou a instituição, incluiu mecanismos para proteger o banco central de interferência política. Pela lei, os diretores só podem ser demitidos por um presidente “por justa causa” — termo que não é definido e não possui procedimentos claros. Nenhum presidente jamais exerceu esse poder, e a lei nunca foi testada nos tribunais.
Cook é a primeira mulher negra a ocupar um cargo de governadora no Fed. Ela processou o presidente dos Estados Unidos e o banco central no final de agosto. Cook afirmou, ainda, que as alegações não dão a Trump autoridade legal para removê-la e seriam apenas um pretexto para demiti-la por sua postura em política monetária.
A administração de Trump replicou afirmando que o presidente possui ampla liberdade para decidir quando remover um diretor do Fed, e que os tribunais não têm autoridade para revisar essas decisões.
O caso tem implicações para a capacidade do Fed de definir juros sem se submeter à vontade de políticos, algo considerado crucial para que qualquer banco central funcione de maneira independente e cumpra funções como controlar a inflação.
Neste ano, Trump exigiu que o Fed cortasse juros de forma agressiva, criticando o presidente do banco, Jerome Powell, pela condução da política monetária. O Fed, focado no combate à inflação, não atendeu às demandas, mas se espera que faça um corte nesta semana.
Fonte: www.nsctotal.com.br