Protestos tomam a Europa após Israel barrar ação pró-Gaza

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Milhares saíram às ruas nas grandes metrópoles europeias após Israel interceptar flotilha que levava ajuda humanitária aos palestinos. Na Itália, atos atraíram ao menos 400 mil

Protestos na Itália em apoio à Flotilha Global Summud foram acompanhados por greve geral

Uma multidão voltou a se reunir neste sábado (04/10) nas ruas de Roma, na Itália, pelo quarto dia consecutivo de protestos desde que Israel interceptou e prendeu um grupo de ativistas que tentava entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza pela via marítima.

Dos mais de 400 ativistas detidos a bordo da Flotilha Global Summud, mais de 40 são cidadãos italianos. Estima-se que o grupo transportava cerca de 300 toneladas de suprimentos essenciais, como alimentos, água potável e medicamentos.

A bordo dos barcos estavam, além da ambientalista Greta Thunberg e Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela – ícone da luta contra o Apartheid na África do Sul –, brasileiros como o ativista Thiago Ávila e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).

Em solidariedade aos ativistas, sindicatos italianos convocaram uma greve geral que afetou largamente a malha ferroviária em todo o país e o transporte público em grandes cidades como Milão e Roma.

Na sexta-feira, protestos em diversas cidades italianas atraíram entre 400 mil (nos cálculos do governo italiano) e 2 milhões de pessoas (segundo a organização).

O governo da primeira-ministra Giorgia Meloni, de ultradireita, tem criticado as manifestações e sugerido que elas seriam só uma desculpa para esticar o fim de semana.

Mas mesmo Meloni, que condicionou o reconhecimento de um Estado palestino à libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas em Gaza e à inabilitação política do grupo, tem feito acenos recentes à causa palestina. Ela já afirmou que há “vítimas inocentes demais” sofrendo com o conflito, e que as ações de Israel em Gaza “passaram do princípio da proporcionalidade”.

Atos também em outras metrópoles europeias

Ao longo da semana, protestos semelhantes aos da Itália – embora de menor porte – foram registrados em outras metrópoles europeias, como Barcelona (Espanha), Lisboa (Portugal), Paris (França), Dublin (Irlanda), Genebra (Suíça), Berlim (Alemanha) e Istambul (Turquia).

O governo israelense, que já começou a deportar os primeiros ativistas da flotilha, afirmou que eles estão “seguros e em boa saúde”, e chamou a ação de “provocação”, alegando que o grupo tentou violar um “bloqueio naval legal”.

Em Paris, manifestantes pró-palestinos se juntaram na quinta-feira a uma greve nacional convocada contra cortes do governo no orçamento para protestar contra a prisão dos ativistas – quatro deles são parlamentares do partido de esquerda A França Insubmissa (LFI), que convocou o ato.

Em Barcelona, a polícia estima que 70 mil tenham comparecido à manifestação deste sábado, enquanto a organização falou em um público de 300 mil. Também houve atos ao longo da semana em Madri.

Ato pró-palestinos em Barcelona neste sábado (04/10) atraiu uma multidão às ruas

Embora seja improvável que os protestos influenciem o governo de Israel de alguma forma, os manifestantes esperam encorajar outras pessoas a saírem às ruas e convencer líderes europeus a aumentar a pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu.

Nesta sexta-feira, o Hamas anunciou ter aceitado partes do plano de paz para Gaza apresentado pelo presidente americano Donald Trump – incluindo a libertação de todos os reféns e o fim da guerra –, mas exigiu a renegociação de alguns termos.

A guerra em Gaza foi deflagrada com o ataque terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 que matou cerca de 1,2 mil pessoas e fez outras 251 reféns.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar que já deixou mais de 66 mil palestinos mortos, segundo as autoridades de saúde de Gaza, e que lhe rendeu acusações de genocídio e crimes de guerra – imputações que Tel Aviv rejeita veementemente.

Fonte:    www.dw.com.br


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