Título: IA: A Grande Decepção do Mercado e o Novo “Trabalho Duro”

Título: IA: A Grande Decepção do Mercado e o Novo “Trabalho Duro”
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A Inteligência Artificial (IA) chegou com uma promessa: era a batedeira mágica que faria o bolo do trabalho sozinha. O mercado, inflamado por gigantes top performance como OpenAI, Google, Microsoft e NVIDIA, comprou a ideia de que a IA eliminaria gente e cortaria custos na hora. A expectativa era de automação e facilidade instantânea. Mas a realidade, dentro das empresas, é outra. Estamos vivendo uma grande frustração.

O erro crucial reside em tratar a IA como um simples chatbot de consulta, um “prompt” que resolve tudo. O valor real e transformador da IA reside na integração profunda de modelos e processos. E é aqui que o abismo entre a expectativa e a realidade se abre.

O que as pesquisas internas mostram é um contrassenso: a IA não está diminuindo o trabalho, está aumentando. Guarde esta frase: A IA, quando mal implementada ou apenas superficialmente aplicada, não automatiza o trabalho; ela o expande.

É o que chamo de “novo trabalho”. A IA, com sua capacidade de processar dados, revela problemas e novos caminhos que antes nem sabíamos que existiam, nos forçando a estudar e a dominar novas complexidades. A expectativa era de que a IA reduziria a necessidade de headcount; a realidade é que precisamos de gente nova, com novas habilidades, para lidar e integrar as saídas e insights gerados pela própria IA.

Neste choque de realidade, surge a crise humana e a transformação nos comportamentos. O custo humano da produtividade está sendo medido em estresse e isolamento. Enquanto a alta liderança projeta a IA como uma solução para o déficit de talentos, os colaboradores lidam com a disrupção emocional. Há estudos que mostram que profissionais estão se tornando mais polidos e, pasmem, acreditam mais na IA do que em seus próprios colegas, preferindo, inclusive, se relacionar “melhor” com o algoritmo do que com seus pares. O esforço de tentar integrar a IA em processos perdidos e desorganizados está, ainda, elevando o nível de estresse e esgotamento (burnout) dos colaboradores. A IA prometeu um mundo lindo de eficiência, mas trouxe um novo nível de desconfiança interpessoal.

Vivemos hoje não mais em um mundo simplesmente V.U.C.A. (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), mas em um estado de incerteza radical sem precedentes. A IA não é o fim da incerteza; é a sua aceleração. Ela nos confronta com a necessidade urgente de reaprender a fazer projetos, a gerenciar o risco e, acima de tudo, a lidar com problemas que sequer sabíamos que existiam.

A reflexão produtiva que fica é: A IA não é um atalho para a ignorância. É uma ferramenta poderosa que exige trabalho mais inteligente, estratégias de integração coesa e o desenvolvimento urgente da confiança humana para que

a revolução digital não termine em isolamento, burnout e frustração generalizada. O sucesso da IA exige mais estratégia humana e menos fé em “batedeiras mágicas”.

Luiz Vicente Dorileo da Silva – “SHIPU” | Especialista em Conversão Comercial |

@shipumt | Resultados mensuráveis através de inovação humana


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