Padre cita, no entanto, o aspecto positivo da geração de empregos e movimentação e crescimento da economia
O padre Deusdedit Monge de Almeida, pároco da igreja Matriz de Cuiabá (templo do Divino Espírito Santo), pede que o consumismo não ofusque o brilho e desvie o verdadeiro sentido do Natal.
“É importante lembrarmos que celebramos a encarnação de nosso senhor Jesus Cristo”, assinala o líder religioso.
Por outro lado, Deusdedit diz que reconhece a importância econômica da data.
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Ele lembra que tem o aspecto positivo, o da geração de empregos e movimentação e crescimento da economia.
“Mas o Natal, assim como a Páscoa, é uma data muito instrumentalizada comercialmente”, avalia ele.
“A sociedade de consumo transformou esses eventos celebrativos em momentos fortes para economia”, cita.
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“O foco da data e das celebrações deve ser o aniversário de Jesus, o dia que ele veio ao mundo. Então, Natal tem esse sentido”, reforça.
Para a igreja católica, a celebração eucarística, que é a Santa Missa, é o ponto alto do Natal.
“O Natal verdadeiro, feliz, é aquele que celebramos na companhia de Jesus Cristo”, justifica ele.
“É fundamental cuidarmos para não nos deixar embalar nessa celebração de consumismo”, assinala.
“Vamos ficar com o Natal simples, o do encontro com o filho de Deus”, conclama padre Deusdedit
.No entendimento do pároco da igreja central de Cuiabá, é bom que os cristãos conheçam a origem do Natal.
“O dia 25 de dezembro é a data escolhida pela igreja como início do cristianismo”, conta.
HISTÓRIA – depois do ano 336, no século IV, após a conversão ao cristianismo, o imperador Constantino ele deu liberdade aos cristãos para celebrar o próprio Deus, Cristo Nosso Senhor.
A partir daí começou, em Roma, onde ficava a base do cristianismo, o dia do nascimento de Cristo.
Antes, as divindades dos imperadores adoravam o nascimento do sol, no solstício do inverno (quando o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador).
A igreja colocou o dia 25 para desviar atenção e focar em Jesus Cristo.
“Ele é o verdadeiro sol nascente. O sol da justiça”, prega padre Deusdedit Almeida.
Ao invés de celebrar a festa pagã do nascimento do sol, passou-se a celebrar o nascimento de Jesus Cristo.
A data foi inserida para preencher essa celebração pagã e orientar a vida da população cristã que cada vez crescia mais.
“Os cristãos que estavam surgindo precisavam de uma orientação diferente porque havia um sincretismo forte em torno da adoração do sol”, analisa Deusdedit.
Hoje, o pároco da Matriz lembra que a celebração do Natal é um momento de confraternização.
É a data de encontros em família para reforçar e reavivar vínculos do cristianismo.Isso significa o fortalecimento de laços de amor e amizade, além do exercício da fé e do perdão, por exemplo.
Fonte: www.diariodecuiaba.com.br