A importação de fertilizantes pelo Brasil atingiu um novo recorde entre janeiro e novembro deste ano, alcançando 41,73 milhões de toneladas, conforme aponta a edição de dezembro do Boletim Logístico, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume supera o registrado no mesmo período de 2024, quando foram internalizadas 40,84 milhões de toneladas, consolidando o maior patamar já observado para o intervalo.
Segundo a Conab, o crescimento na entrada de fertilizantes está diretamente relacionado à leitura que o agricultor brasileiro faz do atual cenário global. Para o superintendente de Logística Operacional da estatal, Thomé Guth, o aumento das importações reflete uma percepção de oportunidades no mercado internacional, especialmente diante das negociações tarifárias envolvendo Estados Unidos e China. De acordo com ele, mudanças regulatórias, sanitárias ou econômicas em grandes mercados consumidores podem ampliar a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, estimulando investimentos e planejamento antecipado por parte dos produtores.
Esse movimento demonstra maior preparo do setor agropecuário nacional para atender à demanda futura, garantindo o abastecimento de insumos estratégicos e reduzindo riscos associados à volatilidade do mercado internacional. A antecipação na compra de fertilizantes também indica confiança na próxima safra e na manutenção do protagonismo do Brasil como um dos principais fornecedores globais de alimentos.
No recorte logístico, o porto de Paranaguá, no Paraná, segue como o principal ponto de entrada de fertilizantes no país. Entre janeiro e novembro, foram internalizadas 10,16 milhões de toneladas pelo terminal paranaense, mantendo sua liderança histórica na movimentação desse tipo de carga e reforçando sua importância para o abastecimento das regiões produtoras do Centro-Sul.
Outro destaque do levantamento é o avanço do Arco Norte, que vem se consolidando como uma rota estratégica tanto para a entrada de insumos quanto para a saída de produtos agropecuários. Pelos portos da região Norte do país, desembarcaram aproximadamente 7,56 milhões de toneladas de fertilizantes no período analisado. Esse volume colocou o Arco Norte como a segunda maior porta de entrada de fertilizantes do Brasil, superando, ainda que de forma marginal, o total registrado pelo porto de Santos pela primeira vez.
Pelo estado de São Paulo, principal corredor logístico tradicional do país, foram internalizadas cerca de 7,52 milhões de toneladas, volume muito próximo ao registrado nos portos do Norte. O dado evidencia uma mudança gradual no mapa logístico nacional, com maior descentralização das operações e redução da dependência de corredores históricos.
A expansão do Arco Norte acompanha investimentos em infraestrutura portuária, rodoviária e hidroviária, além de representar ganhos logísticos para estados produtores do Centro-Oeste e do Matopiba, ao encurtar distâncias até os portos e reduzir custos de transporte. Esse movimento contribui para aumentar a eficiência da cadeia produtiva e reforça a competitividade do agronegócio brasileiro.
O recorde nas importações de fertilizantes, aliado à diversificação das rotas logísticas, sinaliza um setor cada vez mais atento às dinâmicas globais e preparado para responder a oportunidades e desafios. Para a Conab, o cenário reforça a importância do planejamento logístico e da ampliação da infraestrutura como pilares para sustentar o crescimento da produção agrícola nos próximos anos.
Fonte: cenariomt.com.br
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