Na comparação anual, houve uma leve evolução, já que de janeiro a abril de 2022 a receita havia sido de US$ 10,70 bilhões
Nos primeiros quatro meses deste ano, as exportações mato-grossenses do agronegócio alcançaram recorde de US$ 10,84 bilhões, representando 21,43% do total faturado pelo País, no período. Na comparação anual, houve uma leve evolução, já que de janeiro a abril de 2022 a receita havia sido de US$ 10,70 bilhões.
De acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), o melhor momento em vendas da pauta estadual no quadrimestre foi março, cuja receita superou US$ 3,74 bilhões.
A soja em grão segue destaque do comércio exterior mato-grossense. Em abril, foram escoados 4,13 milhões de toneladas (t) de grão, alta de 3,04% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a abril, os envios totalizaram 12,36 milhões t, recuo de 2,42% no comparativo anual.
O principal comprador nesse período foi a China, que adquiriu 7,93 milhões t, participando com 64,11% do total enviado pelo Estado. Em relação aos subprodutos, os envios dos últimos quatro meses de farelo e óleo de soja alcançaram 2,18 milhões t e 180,31 mil t, apresentando +11,22% e -1,48% ante ao mesmo período do ano passado, respectivamente.
Em relação às exportações de milho – importante commodity da pauta estadual – há queda de 64,85% dos escoamentos brasileiros em abril ante a março, totalizando 469,26 mil t. Em Mato Grosso, as exportações do cereal foram de 117,93 mil t, recuo de 48,08% ante ao mês passado e 29,08% quando comparado com o mesmo período do ano passado. Vale destacar que é comum nessa época do ano os escoamentos diminuírem, uma vez que reduz o volume de milho disponível e o mercado se volta para as exportações da soja. No entanto, quando analisado o acumulado da safra 2021/22, o Estado exportou 25,44 mi t até abril, isso representa um aumento de 61,19% ante a safra 2020/21.
Na outra ponta da pauta estadual, os envios de carne recuaram 25,59% em abril ante a março, com 34,56 mil toneladas em equivalente de carcaça (TEC). Somado ao fato de menos 5 dias úteis em abril ante ao mês anterior, a China também importou 42,45% a menos que em março, com total de 9,8 mil TEC. O embargo chinês findou-se no final de março, mas as atualizações de contratos e novas negociações foram lentas no início de abril, fato que limitou os envios diários. Por outro lado, países como Egito e Emirados Árabes Unidos apresentaram avanço de 13,78% e 99,95% no volume importado ante a março e somaram 5,57 e 3,21 mil TEC, na mesma ordem. Em anos anteriores, o 1º quadrimestre era responsável por cerca de 30% do volume anual, contudo, os embarques de 2023 apresentaram recuo de 8,42% ante o mesmo período de 2022. Assim, se perdurar o cenário de queda nos envios, a redução no ritmo neste início de ano pode acarretar o fechamento anual inferior ao de 2022.
Ainda em destaque no período estão São Paulo com US$ 7,74 bilhões e o Paraná com US$ 5,49 bilhões. O Brasil somou US$ 50,6 bilhões, o que representa um crescimento de 4,3% na comparação com o mesmo período em 2022, quando as vendas foram de US$ 48,53 bilhões. Conforme a SCRI/Mapa a expansão se deu em função do aumento da quantidade exportada (+2,3%), bem como do índice de preço dos produtos (+1,9%).
O agronegócio representou quase metade das vendas externas totais do Brasil em 2023, com participação de 49%. No ano anterior o share do agronegócio na pauta exportadora brasileira foi de 47,7%. As exportações totais registraram crescimento de 1,6%, como resultado do crescimento do agronegócio, uma vez que os demais setores tiveram queda de 0,8% no período.
Fonte: diariodecuiaba.com.br