Ananias cobra avanço da anistia, mas vê ‘desorganização’ da base bolsonarista

Ananias cobra avanço da anistia, mas vê ‘desorganização’ da base bolsonarista
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Com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por participação em uma trama golpista, o presidente do Partido Liberal em Mato Grosso, Ananias Filho, voltou a defender que o Congresso Nacional abra a discussão sobre a anistia. Segundo ele, o tema não pode ficar restrito a negociações fechadas.

“Que tipo de anistia que querem aprovar? Querem aprovar uma anistia mambembe? Quer criar uma anistia mais ampla? É uma anistia que, como dizem aí, até futura? Então é difícil saber. Primeiramente tem que ver o texto que está querendo discutir e o texto que irá para o plenário apreciar. O que eu acho errado é não colocar para discussão. Tem que ir para discussão e aprovar ou rejeitar”, declarou.

Apesar da defesa do debate, Ananias admite que ainda há “desorganização” entre os aliados de Bolsonaro quanto ao formato da proposta. Nos bastidores, aliados de Bolsonaro acreditam que o voto contrário do ministro Luiz Fux à condenação do ex-presidente pode servir como combustível para uma guinada na tramitação do projeto de anistia. A proposta, que ganhou força neste semestre, é tratada como prioridade pela oposição e tem contado até com a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas articulações.

“Não tem um texto ainda definido que vá para o plenário. O que há são especulações: um texto apresentado por um, outro elaborado por outro, um que está sendo feito pelo Davi Alcolumbre. Essa falta de coesão prejudica”, avaliou.

A pressão pela votação cresceu no Congresso após o julgamento no STF. O vice-líder da oposição na Câmara, deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), afirmou que um requerimento de urgência para apreciação da “anistia geral, ampla e irrestrita” deve ser votado na próxima semana.

Em meio a um cenário embaraçado, Ananias Filho ainda criticou a falta de protagonismo do Legislativo em pautas sensíveis, deixando espaço para o que ele classificou como “interferência” do Supremo.

“Quando se fala que há muita interferência do STF, é justamente porque muitas vezes o Congresso Nacional se exime de discutir temas sensíveis. Os 81 senadores e os 513 deputados têm o direito sagrado da representatividade. Eles têm que apreciar. Não pode a pauta ficar restrita a duas pessoas”, argumentou.

 

 

Fonte: www.gazetadigital.com.br


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