Sem votação do projeto que prevê reajuste salarial de 6,8% com ganho real para os servidores do Poder Judiciário nesta quarta-feira (5), o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues, anunciou a paralisação da categoria para hoje e, para próxima quarta-feira (12), ele destacou que já trabalha com indicativo de greve por tempo indeterminado caso a Assembleia Legislativa continue travando a votação.
“A primeira paralisação é por conta do brucutu Mauro Mendes, ele não quer serviço da Justiça para sociedade. Começamos hoje, um dia de paralisação na quarta-feira, se na semana que vem de fato os deputados pedirem vista, nos vamos deliberar uma paralisação geral dos servidores do Poder Judiciário”, pontou.
A sinalização ocorre após o deputado Doutor Eugênio (PSB) pedir vista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), adiando novamente o avanço da proposta que já foi aprovada em primeira votação no plenário.
Segundo Rodrigues, o governo estadual estaria interferindo diretamente no processo legislativo para impedir o reajuste. Ele classificou a postura do Executivo como “abuso de poder” e afirmou que os servidores não aceitarão manobras políticas que prejudiquem a categoria.
“Os trabalhadores do Judiciário não vão pagar a conta de interesses eleitorais. Se o governo continuar pressionando deputados e tentando impedir um direito constitucional dos servidores, vamos partir para a greve. A categoria está mobilizada, e o presidente da Assembleia precisa garantir que o judiciário seja respeitado”, pontuou.
O projeto de recomposição salarial já havia recebido parecer favorável do relator na CCJ, deputado Eduardo Botelho (União), e passou em primeira votação no plenário. Apesar disso, o pedido de vista adiou novamente a análise, ampliando a insatisfação dos servidores que acompanharam a sessão em protesto.
Rosenwal ressaltou ainda que o Judiciário possui autonomia financeira que a correção salarial não ultrapassa o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. “Não existe ilegalidade, o que há é interferência política. O Judiciário tem autonomia e capacidade financeira para garantir esse reajuste”, finalizou.
A expectativa é que o projeto volte a ser analisado na próxima semana. Até lá, a categoria vai intensificar mobilizações e reuniões para definir os próximos passos, incluindo a possibilidade de paralisação geral caso o impasse permaneça.
Fonte: www.gazetadigital.com.br