O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL) poupou comentários sobre o retorno dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) às funções parlamentares. Ambos foram afastados durante a Operação Perfídia, que desarticulou um esquema de propina na Câmara. Ação foi realizada em abril e esta semana a dupla obteve decisão favorável e voltou ao Legislativo.
Questionado pelo GD, o prefeito disse que havia um prazo pré-estabelecido pela investigação e o retorno já era esperado. O liberal pontuou que o processo judicial seguirá seu curso natural, com os investigados podendo exercer seus cargos até a conclusão da apuração.
“Pelo que eu pude entender, a Justiça tinha pedido um prazo de investigação para que não houvesse interferência. Eu não tenho acesso ao processo. Então, eu acredito que é razoável a decisão do juiz, porque já se passou um tempo considerável da investigação e agora eu acredito que deve dar a condução do processo. Eles vão responder dentro do mandato. Eu acredito que isso é razoável, não vejo nada de mais nesse processo”, ponderou o prefeito.Durante entrevista, Abilio lembrou que o afastamento dos vereadores foi originado por uma denúncia recebida e feita por ele à Polícia Civil, no entanto, garante que ficou surpreso com o rumo da ação.
“A minha denúncia foi inicial, ela foi apenas para haver uma investigação de uma denúncia que eu havia recebido. Eu mesmo não sabia o tamanho do andamento que daria a esse processo e acredito que agora é esperar que seja feita a justiça para qualquer um dos lados. Se ela não se comprovar os fatos apresentados, que eles sejam inocentados e se provar que haja um devido procedimento legal”, emendou.
O retorno
Na última segunda-feira (1), o desembargador Juvenal Pereira da Silva, do Tribunal de Justiça (TJMT), alegou excesso de prazo da medida cautelar, bem como falta de contemporaneidade da denúncia feita por Abilio e ponderou que remover do cargo um político eleito pelo povo, sem demonstração de “perigo concreto” excede a razoabilidade. Contudo, pondera que a medida não ameniza as acusações contra ambos vereadores, investigados por corrupção.
O caso
Conforme as investigações, Sargento Joelson teria negociado com aval de Chico 2000, que era presidente da Câmara na época, o pagamento de R$ 250 mil em propina para a aprovação de um projeto, do Executivo, que autorizava a renegociação de dívidas da prefeitura para obter certidões negativas. Assim, poderia receber recursos para pagar empresas, entre elas, a HB20 Construções, responsável pelas obras do Contorno Leste.
Áudios e troca de mensagens, entre Joelson e um representante da empresa, revelam, em tese, que Chico 2000 sabia das negociações.
Fonte: www.gazetadigital.com.br