Afastados desde 29 de abril, durante a deflagração da Operação Perfídia, da Polícia Civil, que apuram um suposto esquema de corrupção envolvendo propinas em obras públicas do Contorno Leste, os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) retornaram à Câmara Municipal de Cuiabá, na manhã desta quinta-feira (4), conforme apurado pelo GD.
Os dois parlamentares conseguiram na Justiça o direito de retornarem aos cargos no último fim de semana. Inicialmente, somente Sargento Joelson havia conquistado um habeas corpus determinando seu retorno pela Quarta Câmara Criminal de Cuiabá. Como Joelson e Chico foram afastados pelo mesmo motivo, o desembargador Juvenal Pereira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) estendeu a decisão ao ex-presidente do Legislativo municipal.
Conforme decisão, a defesa alegou excesso de prazo da medida cautelar, bem como falta de contemporaneidade da denúncia feita por Abilio Brunini, na época deputado federal e hoje prefeito de Cuiabá.
Em sua avaliação, o magistrado ponderou que remover do cargo um político eleito pelo povo, sem demonstração de “perigo concreto” excede a razoabilidade. Contudo, pondera que a medida não ameniza as acusações contra ambos vereadores, investigados por corrupção.
Como o GD informou, Chico 2000 e Sargento Joelson foram afastados do cargo após serem alvos de uma operação da Polícia Civil que investiga crimes de corrupção no parlamento municipal envolvendo propinas para a aprovação de matérias legislativas que possibilitavam pagamentos atrasados pelo município a uma empresa responsável pela construção do Contorno Leste, no ano de 2023.
O inquérito policial feito pela Polícia Civil, qual o GD teve acesso, mostrou que em uma troca de conversas entre o vereador Sargento Joelson e um homem identificado como J.J., apontado como o responsável por fazer os pagamentos da propina pela empresa HB Construções, mostrou que em um áudio, o parlamentar confirmou que o também vereador Chico 2000, então presidente da Câmara de Cuiabá, estava ciente do esquema criminoso. Na gravação, Joelson cita indiretamente de um acordo sob ciência de Chico, apontando que o vereador tinha conhecimento da prática.
O inquérito, elaborado após a análise de conversas anexadas pela denúncia a Delegacia Especializada à Combate a Corrupção, a DECCOR, da Polícia Civil, junto de prints de conversas entre Joelson e o intermediador, revela como eram feitas as transferências das propinas, pagas semanalmente entre valores de R$ 25 a R$ 50 mil.
No referido áudio, Joelson inicia cumprimentando o homem e na sequência diz que um outro funcionário da HB, teria lhe procurado para pressionar sobre a demora para autorizar os pagamentos retroativos por parte da Prefeitura de Cuiabá e retomar as obras do Contorno Leste. O vereador afirma não ter gostado que terceiros entrassem no ‘acordo’ e cita que Chico 2000 não gostaria de saber dessa intromissão.
Fonte: www.gazetadigital.com.br