Com a paixão pelo ensino, Aline segue inspirando e sendo inspirada pelas trocas com os estudantes
Alguns simbolismos de outubro carregam significados que se cruzam: o Dia dos Professores, comemorado nesta quarta-feira (15) e a campanha Outubro Rosa, unindo o poder da educação e do autocuidado, são bons exemplos.
Nessa conexão de representatividades está a história da professora Aline Soares, docente do curso de Psicologia da UniRitter que realiza tratamento contra o câncer de mama e tem uma trajetória de propósito, coragem e transformação.
Desde a graduação, Aline sonhava em ser professora. “Meu desejo sempre foi estar em sala de aula, podendo ensinar e compartilhar conhecimentos. Meu olho sempre brilhou com a ideia de ocupar esse lugar e ser referência para os alunos que estão chegando na psicologia”, conta.
Com uma trajetória de 12 anos de atuação como psicóloga e três na docência, Aline concilia a sala de aula com outros espaços profissionais. Atualmente, além da atividade no centro universitário, também é analista de políticas públicas na Secretaria Estadual dos Sistemas Penal e Socioeducativo e pesquisadora da Fiocruz. “Eu sou uma professora das políticas públicas, trabalho no SUS e milito na luta antimanicomial. É nesses espaços que me alimento para levar à sala de aula um olhar mais amplo”, explica a docente.
O brilho no olhar dos estudantes é considerado pela professora Aline o que há de mais potente na docência. “Esse brilho representa a descoberta e o aprendizado. É o que me aquece o coração”, comenta. Em 2023, porém, a sala de aula também passou a ser espaço de motivação para uma batalha pessoal.
No dia 19 de setembro, data do seu aniversário e da primeira festa surpresa organizada pelos alunos, Aline recebeu o diagnóstico de câncer de mama. No mesmo dia, foi convidada para ser paraninfa da turma de formandos do curso de Psicologia da UniRitter. “Descobrir o câncer é devastador, mas aquele dia foi marcado por um misto de emoções. Especialmente naquela data, o carinho dos estudantes salvou a minha vida”, relembra.
Mesmo diante do impacto, a professora seguiu dando aulas até o fim do semestre. “Estar com eles durante aquele período me deu coragem e forças que eu nem sabia que tinha. De alguma forma, os estudantes também me curaram”.
Durante o tratamento, que envolveu quimioterapia, radioterapia e cirurgia, Aline se manteve próxima da comunidade acadêmica por meio do perfil no Instagram. Ali, compartilhou as etapas do tratamento e estratégias emocionais para lidar com o processo. “A página me permitiu não me afastar desse lugar de ensinar e trocar conhecimento”, ela relembra do carinho virtual.
Após um ano e meio afastada, Aline retornou às salas de aula da UniRitter em setembro de 2025. “Voltar tem sido um processo de readaptação, mas estar ensinando alimenta meu espírito e me fortalece como pessoa e como profissional”, define. Hoje, cada aula também é uma celebração. “O câncer me fez refletir sobre a vida, com coragem e amor. Quando a gente escolhe olhar para as coisas de maneira positiva, tudo fica mais leve”.
Com a paixão pelo ensino, Aline segue inspirando e sendo inspirada nas trocas com os estudantes. “Eu sou professora porque acredito na educação e acredito que o docente pode formar pessoas mais conscientes e mais humanas no cuidado com o outro. Não me imagino fazendo outra coisa além de ser psicóloga e professora”, conclui.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br