Diante da apresentação do estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), apresentado na semana passada, indicando que os servidores públicos do Estad acumulam uma perda salarial de 19,52%, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), contestou os dados e afirmou que a média salarial da categoria é uma das maiores do país.
À imprensa, o governador saiu em defesa da política salarial adotada por sua gestão, que segundo ele tem valorizado o servidor público, sustentando que os valores praticados em Mato Grosso é superior a da maioria dos outros estados do Brasil e competitivos em relação à iniciativa privada.
“O governo do estado tem feito uma política muito melhor do que a maioria dos estados brasileiros. Se você olhar a média salarial de Mato Grosso, ela é maior do que a grande maioria de todos os estados brasileiros. É maior do que quem trabalha na iniciativa privada. E nós cumprimos a legislação. Se aquilo que não foi dado em algum momento, foi por realidades momentâneas que não podia dar ou por proibições, como foi na época da pandemia. E hoje a realidade salarial tem que ser olhada também, né, gente? Então, nós estamos criando outras formas de valorizar o servidor”, explicou o governador.
Mauro ainda citou como ‘provas’ da valorização, a criação do pagamento de 14º e 15º salários na educação, gratificações por resultados e pagamento por produtividades nas pastas de Meio Ambiente e Segurança Pública.
“O que nós temos hoje em Mato Grosso, talvez nenhum estado tem. Na educação, por exemplo, qual estado brasileiro que um professor pode ganhar um 14º e 15º salário? Na SEMA já foi implantado, esse mês estamos implantando na Segurança.
Outras secretarias estão trabalhando remuneração para o resultado. Porque aí o servidor entrega mais, e ele tem a oportunidade de ganhar mais. Esse é o jogo do ganha-ganha, e é nessa linha que o governo quer trabalhar”, finalizou.
O relatório técnico, realizado a pedido da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado de Mato Grosso (FESSP-MT), foi apresentado em reunião com sindicatos e deputados na terça, e aponta prejuízos pela falta de pagamento total da Revisão Geral Anual (RGA) desde 2017.
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) conduziu a apresentação dos dados, e exige a recomposição dos valores.
“É uma dívida histórica de Mato Grosso com os servidores. Houve um incremento importante na arrecadação desde 2019 à custa da população trabalhadora e do esforço dos servidores públicos que, além de trabalharem pelo Estado, consomem aqui em Mato Grosso, e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é a principal fonte de arrecadação do Estado. É o calçado na loja, o medicamento na farmácia, a internet, o combustível, a energia elétrica que todos nós consumimos que produziu esse incremento de arrecadação nos últimos anos. E, ao mesmo tempo, os servidores públicos foram sacrificados com a negação de um direito básico, que não é de aumento, é de recompor aquilo que a inflação consome dos nossos salários. O DIEESE traz que essa dívida é, hoje, de mais de 19% e o Estado tem que pagar essa dívida”, apontou Lúdio.
Fonte: www.gazetadigital.com.br