Gripe K chega à América Latina e OMS emite alerta global; conheça doença

Gripe K chega à América Latina e OMS emite alerta global; conheça doença
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México registrou primeiro caso da nova variante do H3N2, que já circula em todos os continentes sem mostrar maior agressividade

O México registrou o primeiro caso da chamada “gripe K” na América Latina, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a emitir um alerta global. A nova variante, identificada como subclado K do vírus influenza A H3N2, já circula em todos os continentes. Dados preliminares não indicam maior agressividade em comparação com outras variantes do mesmo tipo viral.

No Brasil, o sistema de vigilância epidemiológica monitora a situação. O país já registrou 6,5 mil casos confirmados de outras variantes do H3N2 em 2025. Especialistas consideram provável a chegada da “gripe K” ao território brasileiro, seguindo o padrão de disseminação dos vírus influenza na região.

Características da nova variante

O subclado K, anteriormente classificado como J.2.4.1, apresenta mutações características da evolução sazonal dos vírus respiratórios. Estas alterações genéticas podem permitir que o patógeno escape parcialmente da proteção conferida por anticorpos desenvolvidos em infecções anteriores ou pela vacinação.

O termo “gripe K” tem ganhado espaço em redes sociais e manchetes, mas a OMS ressalta que não se trata de um vírus novo. Na prática, trata-se da evolução esperada da influenza A, um vírus conhecido por sofrer mudanças constantes. A ramificação genética K tem algumas alterações genéticas em relação a variantes anteriores e vem sendo identificada com mais frequência em amostras analisadas ao redor do mundo.

Embora não existam evidências de maior virulência específica desta variante, temporadas dominadas por qualquer tipo de H3N2 tendem a apresentar quadro mais severo em comparação com períodos onde predominam outros tipos de influenza. Em anos com circulação predominante de H3N2, ocorre maior incidência de hospitalizações, afetando principalmente a população idosa.

A OMS descreve o cenário atual como o da gripe sazonal, uma infecção respiratória causada por vírus influenza que circulam globalmente e podem provocar desde sintomas leves até quadros graves, com risco de hospitalização e morte, sobretudo entre os mais vulneráveis. Segundo a organização, os dados epidemiológicos disponíveis até o momento não apontam aumento na gravidade dos casos ligados à variante K. Ainda assim, a OMS classifica o avanço dessa variante como uma “evolução notável”, já que ela vem se espalhando rapidamente em diferentes regiões.

Apesar da atenção voltada para a variante K, a OMS reforça que a vacinação continua sendo uma ferramenta central. Mesmo com incertezas sobre a proteção contra a doença clínica nesta temporada, estimativas iniciais indicam que a vacina segue reduzindo a necessidade de atendimento hospitalar, tanto entre crianças quanto entre adultos. A organização cita dados preliminares que apontam uma efetividade de cerca de 70% a 75% na prevenção de hospitalizações em crianças de 2 a 17 anos e de 30% a 40% em adultos, ainda que esses percentuais possam variar conforme o grupo e a região.

Em resposta à situação epidemiológica, a Organização Pan-Americana da Saúde emitiu no início de dezembro um alerta para todos os países da região. O documento orienta as nações a desenvolverem estratégias para enfrentar um possível aumento de casos que poderia sobrecarregar os sistemas de saúde locais.

Como se proteger

As medidas preventivas recomendadas para a “gripe K” seguem o protocolo padrão para infecções respiratórias. Especialistas orientam evitar contato próximo com pessoas infectadas, utilizar máscaras em ambientes com aglomerações quando houver circulação confirmada do vírus e buscar isolamento ao apresentar sintomas, para prevenir a transmissão.

A OMS não está recomendando restrições de viagem ou comércio com países citados no alerta. O foco está em medidas clássicas, com ênfase em duas frentes: vigilância e preparação dos sistemas de saúde, com monitoramento contínuo de vírus e padrões incomuns, e fortalecimento de capacidade laboratorial; além de proteção individual e coletiva, com vacinação anual para grupos de risco e profissionais de saúde, e medidas proporcionais para reduzir transmissão.

Quem está em maior risco

Na maioria dos casos, a infecção pela “gripe K” é autolimitada, com o organismo combatendo o vírus em alguns dias sem necessidade de medicamentos antivirais específicos. Grupos de risco como idosos, crianças e pessoas com comprometimento imunológico podem desenvolver complicações graves, incluindo pneumonia.

A OMS lembra que a maioria das pessoas se recupera em cerca de uma semana sem necessidade de atendimento médico, mas que influenza pode levar a complicações sérias, com maior risco para crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com condições de saúde subjacentes. Profissionais de saúde também aparecem como grupo relevante, tanto pelo risco de adquirir a infecção quanto de transmiti-la a pessoas vulneráveis.

Outro grupo importante, segundo a médica, são as gestantes, que podem apresentar quadros mais graves de influenza e, em alguns casos, evoluir para complicações como parto prematuro ou abortamento. Médicos recomendam atenção especial a sintomas como febre alta persistente e dificuldade respiratória acentuada, que justificam busca por atendimento médico imediato.


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