Hamas liberta os 20 últimos reféns israelenses vivos

Hamas liberta os 20 últimos reféns israelenses vivos
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Todos os reféns vivos são entregues pelo Hamas, e Israel começa libertação de quase 2 mil prisioneiros palestinos. No Knesset, Trump fala em “amanhecer histórico de um novo Oriente Médio”

Omri Miran, libertado pelo Hamas, abraça o pai e a esposa em Reim

O grupo radical palestino Hamas libertou nesta segunda-feira (13/10) todos os 20 reféns israelenses vivos que ainda eram mantidos em Gaza, enquanto Israel começou a libertar centenas de prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo que interrompeu dois anos de guerra na Faixa de Gaza.

Os 20 últimos reféns israelenses vivos foram libertados pelo Hamas nesta segunda-feira, após 738 dias de cativeiro, confirmaram as Forças de Defesa de Israel (FDI).

Os reféns, todos homens, vão reencontrar suas famílias e passarão por exames médicos em hospitais. De acordo com a mídia israelense, todos estão em boas condições.

Pouco depois, os primeiros prisioneiros palestinos libertados por Israel deixaram a prisão israelense de Ofer em ônibus da Cruz Vermelha, rumo à cidade de Ramallah, na Cisjordânia, e à Faixa de Gaza.

Ônibus diante da prisão militar israelense de Ofer, na Cisjordânia

Numa praça em Ramallah, a capital de facto da Cisjordânia ocupada, uma multidão, incluindo familiares e amigos, recebeu com alegria os ex-prisioneiros, que desceram de dois ônibus da Cruz Vermelha que os transportaram da prisão israelense de Ofer, localizada a poucos quilômetros de distância. Pelo menos um ônibus também cruzou para a Faixa de Gaza, segundo o Hamas.

Reféns entregues

Sete dos reféns israelenses foram libertados cedo da manhã e já estão em território israelense. Um segundo grupo com 13 reféns vivos que ainda estavam na Faixa de Gaza foi entregue ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha pouco depois.

Trata-se de Nimrod Cohen (20), capturado em um tanque perto da fronteira com Gaza; Rom Braslavski (21) e Bar Kupershtein (23), sequestrados enquanto trabalhavam no festival de música Nova; e Evyatar David (24), Maxim Herkin (37), Elkana Bohbot (36), Segev Kalfon (27) e Yosef Haim Ohana (24), também capturados nesse festival.

Também Matan Zangauker (25), sequestrado em sua casa em Nir Oz junto com sua companheira; os irmãos argentinos Ariel (28) e David Cunio (35), o primeiro capturado com sua namorada no kibutz Nir Oz e o segundo em sua casa com sua esposa e filhas gêmeas; Avinatan Or (32), cuja namorada foi capturada e posteriormente resgatada em junho de 2024; e Eitan Horn (38), argentino sequestrado enquanto visitava seu irmão mais velho.

Antes deles, os sete primeiros a serem soltos, momentos antes, chegaram ao território israelense sob os cuidados de membros das Forças de Defesa de Israel (FDI).

“Os reféns que retornam, Eitan Mor, Alon Ohel, Ziv Berman, Gali Berman, Guy Gilboa Dalal, Omri Miran e Matan Angrest, acompanhados por integrantes das Forças de Defesa de Israel, cruzaram a fronteira para o Estado de Israel há pouco”, diz a mensagem publicada às 9h30 (horário local, 3h30 de Brasília).

Eitan Mor tem 25 anos e foi feito refém enquanto trabalhava como segurança no festival Nova; os irmãos gêmeos Gali e Ziv Berman (27) foram sequestrados em sua casa no kibutz Kfar Aza; e Guy Gilboa Dalal (24) foi feito refém no festival de música.

Os irmãos gêmeos Gali e Ziv Berman (27) estão entre os reféns libertados

Matan Angrist (22) servia como soldado e foi capturado em seu tanque em chamas no kibutz Nahal Oz; Omri Mira (48) é o mais velho dos reféns e foi capturado em seu veículo, na frente de sua esposa e filhos; e Alon Ahel (24) é um dos quatro frequentadores do Nova que estavam no abrigo onde outras 16 pessoas foram mortas.

O primeiro destino dos reféns é a base de Reim, localizada perto da fronteira com Gaza, onde eles passam por uma avaliação de saúde para depois encontrarem suas famílias. De lá serão levados de helicóptero para hospitais nos arredores de Tel Aviv.

A libertação dos reféns vivos será seguida pela entrega dos restos mortais dos 28 reféns falecidos restantes, um processo que Israel não espera que seja concluído nesta segunda-feira.

A Cruz Vermelha entregará os restos mortais às tropas em Gaza e, dentro do território palestino, será realizada uma “breve cerimônia” e uma oração judaica.

Comemoração em Tel Aviv

A alegria tomou conta das milhares de pessoas reunidas na “Praça dos Reféns”, no centro da metrópole costeira israelense de Tel Aviv, após os canais de televisão israelenses mostrarem imagens da libertação dos primeiros reféns. Dezenas de milhares de israelenses assistiram às libertações em telões públicos por todo o país.

Milhares reunidos na “Praça dos Reféns” em Tel Aviv comemoraram libertação dos reféns

O cessar-fogo entrou em vigor na sexta-feira como parte de um plano de paz mediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Em troca da libertação dos reféns, Israel libertará quase 2 mil prisioneiros palestinos – incluindo até 250 condenados à prisão perpétua.

Netanyahu recebe Trump no aeroporto de Tel Aviv

Trump em Israel e no Egito

Trump chegou a Israel para assistir à entrega dos reféns mantidos pelo Hamas e participar de uma sessão do Knesset (Parlamento) durante uma visita de apenas algumas horas.

O presidente dos EUA foi recebido no aeroporto de Tel Aviv pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e pelo presidente Isaac Herzog, bem como por membros da delegação americana já em Israel, liderada por seu genro, Jared Kushner, e sua filha, Ivanka Trump.

Trump seguiu sob rigorosas medidas de segurança para Jerusalém, onde se encontrou com familiares dos reféns israelenses e discursou perante o Knesset (Parlamento). “Acredito firmemente que este é o amanhecer histórico de um novo Oriente Médio”, afirmou, entre aplausos constantes.

“Nós nos reunimos num dia de profunda alegria, de grande esperança, de fé renovada”, disse em seu discurso. “Isto não é apenas o fim de uma guerra, é o fim de uma era de terror e morte e o começo de uma era de fé, esperança e de Deus”.

O líder americano continuará sua viagem na cidade turística egípcia de Sharm el-Sheikh, onde vai participar de uma cúpula de paz que contará com a presença de mais de 30 países, mais de 20 deles representados por seus chefes de Estado ou de governo.

Fonte:   www.dw.com.br


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