Mariangela Hungria Conquista o Nobel da Alimentação

Mariangela Hungria Conquista o Nobel da Alimentação
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Pesquisadora da Embrapa Soja, ela foi reconhecida por desenvolver tecnologias com biofertilizantes que revolucionaram a agricultura no Brasil

Mariangela Hungria da Cunha, 67 anos, pesquisadora que ajudou a mudar a agricultura do Brasil foi, mais uma vez, reconhecida pelos seus feitos. Ela conquistou o Prêmio World Food Prize (WFP) — conhecido como “Nobel da Alimentação” —, criado em 1986, que homenageia pessoas que contribuem para a qualidade, quantidade e disponibilidade de alimentos no mundo.

As técnicas de fixação de nitrogênio no solo, por meio do cultivo da soja, desenvolvidas por Mariangela, fazem o Brasil economizar pelo menos US$ 40 bilhões (R$ 227 bilhões na cotação atual), por ano, na compra de fertilizantes, e elevam a produtividade das lavouras. “Estou imensamente feliz. Acredito que minha principal contribuição para mitigar a fome no mundo tenha sido minha persistência de que a produção de alimentos é essencial, mas deve ser feita com sustentabilidade”, diz ela, que integra a Lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro.
O interesse por biofertilizantes, ou seja, microorganismos naturais que nutrem as plantas e melhoraram a saúde do solo, surgiu quando cursava engenharia agronômica na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP). “Na época, me falavam que aquilo não tinha futuro, que não havia nada a fazer e que seria melhor ir para fertilizantes químicos. Eu pensava assim: não, eu tenho que ir pelo meu coração. Eu amo microrganismos e quero isso para mim”, diz.

Com a mesma determinação, hoje ela acumula três pós-doutorado: Cornell University, University of California em Davis, ambos nos EUA, e um na Universidade de Sevilla, na Espanha. A extensão de seus estudos está ligada à produção sustentável de alimentos.

Mariangela também se dedica à pesquisa de biodiversidade microbiana, microbiologia do solo, bactérias promotoras do crescimento de plantas, fisiologia de plantas, entre outros. Autora de 500 artigos científicos, livros, capítulos de livros e publicações técnicas, ela foi responsável pela criação de mais de 20 tecnologias para a agricultura.

Hoje, a cientista com mais de 40 anos de carreira é membro titular da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Brasileira de Ciência Agronômica e da Academia Mundial de Ciências. Além disso, também atua como professora e orientadora da pós-graduação em microbiologia e em biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), e na Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e na Sociedade Brasileira de Microbiologia.

Fonte:   forbes.com.br


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