Campanha “A Carne do Futuro é Animal” mostra que é possível produzir carne bovina com tecnologia, bem-estar animal e balanço positivo de carbono.
A campanha “A Carne do Futuro é Animal”, criada por produtores de Mato Grosso, quer mudar a percepção do consumidor sobre a pecuária brasileira. A iniciativa mostra que é possível produzir carne bovina de alta qualidade, com tecnologia, bem-estar animal e sustentabilidade, sem abrir mão da rentabilidade. O objetivo é deixar claro que a verdadeira carne do futuro nasce no campo, e não em laboratórios.
Quem está à frente desse movimento é o produtor rural Luciano Resende, um dos idealizadores da campanha. Em entrevista ao Planeta Campo, ele explicou que a ação começou há cerca de três meses, com apoio de pecuaristas preocupados em melhorar a comunicação com o consumidor urbano, que muitas vezes desconhece as práticas adotadas nas fazendas brasileiras.
Três pilares: produtividade, sustentabilidade e rentabilidade
Segundo Luciano, o movimento se baseia em três pilares fundamentais:
- Produtividade: significa alimentar mais pessoas em uma menor área, promovendo a preservação de áreas nativas;
- Sustentabilidade: inclui a redução da pegada de carbono, o cuidado com o solo e o uso eficiente dos recursos naturais;
- Rentabilidade: garante a continuidade da produção e permite investimentos sociais e ambientais.
“Essa campanha é uma forma de dar transparência ao sistema de produção e ajudar o consumidor a tomar decisões mais conscientes”, explica Luciano.
Ele também destaca que a pecuária de baixo carbono já é uma realidade no Brasil, com dados e cálculos que comprovam o balanço positivo entre emissões e sequestro de carbono.
Balanço de carbono: da emissão à mitigação
Um dos pontos centrais da campanha é a divulgação do balanço de carbono das propriedades. Luciano explica que o cálculo leva em conta não só as emissões de metano dos animais, mas também o que é capturado pelo sistema produtivo — no solo, na vegetação e até na carcaça dos animais.
A comparação que ele usa para facilitar o entendimento do público urbano é clara:
“Com a mesma pegada de carbono de um avião de grande porte voando 8 horas por dia durante um ano, conseguimos alimentar 620 mil pessoas com carne bovina”.
Essa comunicação simples e objetiva tem sido uma estratégia eficaz para romper barreiras entre o campo e a cidade, mostrando que a produção de carne pode, sim, ser sustentável.
Comunicação direta com o consumidor
A campanha “A Carne do Futuro é Animal” está presente nas redes sociais, no perfil @carnedofuturoeanimal, além de contar com o site www.carnedofuturo.com.br, onde é possível conhecer mais sobre o movimento e se engajar.
Luciano reforça que todos os produtores preocupados com a produção responsável são bem-vindos no movimento, que busca crescer e ganhar representatividade nacional.
“Queremos que o consumidor entenda o que está por trás de uma carne de qualidade. Que ele saiba que ali existe responsabilidade ambiental, tecnologia e gente comprometida com o futuro do planeta”, afirma o idealizador.
Pecuária com propósito
A campanha não nega os desafios, mas aposta no diálogo e na ciência como aliadas para transformar a imagem da pecuária. A meta agora é levar a mensagem ao maior número de pessoas possível, com apoio de veículos de comunicação e parceiros do setor agropecuário.
“Se você é produtor, consumidor consciente ou simplesmente ama um bom churrasco, pode nos ajudar a espalhar essa ideia”, convida Luciano.
Fonte: vidaruralmt.com.br