Sem acordo com o Governo do Estado, empresários exigem que sejam feitas mudanças na rota do BRT e barram avanço do projeto que não foi discutido com a comunidade
As obras de adequação do sistema viário de Várzea Grande para a implantação do BRT na cidade foram paralisadas. A decisão foi tomada pelo prefeito Kalil Baracat (MDB) depois de forte pressão e críticas por parte de setores organizados da cidade, especialmente, o segmento empresarial.
A população exige que sejam feitas mudanças na rota do BRT, inicialmente prevista para passar pelas avenidas Couto Magalhães e da FEB. A medida exigirá uma readequação do cronograma das obras, que estavam previstas para serem iniciadas na semana passada.
A Prefeitura várzea-grandense finalmente decidiu ouvir as reclamações da sociedade local e solicitou à Secretaria de Infraestrutura do Estado (Sinfra) a suspensão do cronograma até que haja uma definição técnica e política sobre a mudança inicial no projeto do inacabado Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
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O projeto foi alterado pelo Governo de Mato Grosso, responsável pela obra, que o trocou pelo BRT sem ter realizado nenhuma discussão prévia com a comunidade local.
Mais organizados e – economicamente sensíveis – às consequências da mudança, os empresários estão mobilizados para que sejam apresentadas garantias de que as intervenções do BRT, que envolvem drenagem e a construção de uma pista de concreto do lado direito da avenida, não irão afetar seus negócios tornando mais difícil não apenas o estacionamento, mas também o acesso de clientes ao comércio.
O setor acendeu a luz vermelha quando percebeu que as obras, se continuarem como planejado, vão atrapalhar seus negócios de imediato, uma vez que os meses de outubro a dezembro compreende um período de aumento expressivo nas vendas devido a datas como o Dia das Crianças, halloween e as festas de fim de ano. Para evitar o prejuízo, a Associação Comercial do Município acionou o senador Jayme Campos e os deputados federal coronel Assis e estadual Júlio Campos.
De acordo com Júlio Campos, empresários querem evitar uma “quebradeira” do comércio local caso o BRT passe pela Couto Magalhães “causando inúmeros e sérios problemas na infraestrutura da cidade”.
A ideia apresentada pelo setor do comércio local é que o traçado do BRT se limite ao antigo trajeto previsto para o VLT. Ou seja, entre a ponte Júlio Muller e o Aeroporto via Avenida da FEB e João Ponce de Arruda, onde as empresas menores faliram ou se mudaram para outros endereços durante as obras do VLT. “Acompanhando o prefeito Kalil Baracat, vamos reunir toda a bancada federal e estadual várzea-grandense e nos reunirmos com o governador Mauro Mendes para mostrar que a principal reivindicação hoje é de que o BRT passe apenas onde seria o VLT”, disse o deputado Júlio Campos após encontro com os comerciantes do município.
“Com a possibilidade desse BRT subir pela Couto Magalhães até as imediações da Júlio Campos retornando pela Felinto Muller vai causar sérios transtornos. Primeiro é a questão do estacionamento. Segundo é a preocupação de mexer coma terraplanagem e infraestrutura. Por outro lado, eles (comerciantes) acham que a melhor opção é a de que o BRT chegue, inicialmente, somente onde foi proposto a chegada do VLT em Várzea Grande.
Buscaremos uma solução para que fiquem satisfeito não só o comércio, mas toda a população várzea- grandense”, disse Jayme Campos.
A expectativa é de que o impasse seja discutido em uma reunião, prevista para acontecer nesta segunda-feira, entre representantes do Governo de Mato Grosso, da Prefeitura, do setor empresarial e das bancadas estadual e federal.
Fonte: copopular.com.br