MT: governador Mauro Mendes critica Lula após terras indígenas demarcadas

MT: governador Mauro Mendes critica Lula após terras indígenas demarcadas
Compartilhar

Governador de MT anunciou que vai entrar na Justiça no mesmo dia em que Lula assinou decretos que impactam no estado durante a COP30

O governador de Mato Grosso não gostou nem um pouco dos novos decretos assinados, nesta terça-feira (18/11), pelo presidente Lula na COP30, demarcando novas terras indígenas no estado. Mauro Mendes (União) então anunciou, já no mesmo dia, que o governo estadual vai acionar a Justiça contra a decisão.

De acordo com Mendes, a ampliação de uma das terras desrespeita diretamente o artigo 13 da Lei 14.701, que proíbe a expansão de terras indígenas já demarcadas. Isso porque um desses espaços é a terra Manoki, que já seria reconhecidamente demarcada ocupando cerca de 46 mil hectares, e que agora teve sua área ampliada para aproximadamente 250 mil hectares.

Com outro argumento, o governador de MT afirma que as novas demarcações das terras Uirapuru (21,6 mil hectares) e Estação Parecis (2,1 mil hectares) estão localizadas em regiões produtivas

“Determinei à Procuradoria-Geral do Estado que ingresse imediatamente na Justiça para barrar essa ilegalidade. Não estamos discutindo o direito dos povos indígenas, que é legítimo, mas sim um decreto que afronta a lei, cria insegurança jurídica e coloca em risco a vida de quem mora e produz nessas áreas”, afirmou o governador.

Mauro lembrou ainda que Mato Grosso possui atualmente 73 terras indígenas demarcadas, que somam 15 milhões de hectares, o equivalente a 16% de todo o território estadual. “Mato Grosso faz a sua parte. Preserva, produz e respeita a lei. Não é criando problema para milhares de brasileiros em pleno evento internacional que vamos avançar. Queremos diálogo e respeito”, concluiu.

Posse permanente

Nessa terça, o governo federal publicou decretos que homologam a demarcação administrativa das terras indígenas Manoki, Uirapuru, Estação Parecis e Kaxuyana-Tunayana, localizadas nos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso. O total alcança cerca de 2,45 milhões de hectares e chega a 20 o número de territórios homologados desde 2023, início do governo Lula.

Lula assinou os documentos em evento paralelo à COP30, que acontece em Belém (PA), a partir de trabalho técnico desenvolvido pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que tem como papel principal a demarcação de terras aos povos originários.

Os decretos asseguram às comunidades a posse permanente das terras tradicionalmente ocupadas. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Ministério dos Povos Indígenas, as áreas demarcadas são habitadas por 854 pessoas das comunidades Kaxuyana-Tunayana, Kaxuyana, Tunayana, Kahyana, Katuena, Mawayana, Tikiyana, Xereu-Hixkaryana, Xereu-Katuena, além dos povos indígenas Paresí, Irantxe-Manoki e de grupos isolados.

Fonte:    www.metropoles.com.br


Compartilhar
0 0
Happy
Happy
0 %
Sad
Sad
0 %
Excited
Excited
0 %
Sleepy
Sleepy
0 %
Angry
Angry
0 %
Surprise
Surprise
0 %