Presidente da FMF falou ainda sobre Copa do Mundo Feminina e sua expectativa para o Cuiabá em 2023
O presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), Aron Dresch, classifica como um “novo marco” para o futebol local a realização do primeiro jogo oficial da Seleção Brasileira em Cuiabá.
A expectativa é muito grande para que o espetáculo seja bacana de se ver
O time “canarinho” já jogou na Capital mato-grossense – a última vez há 21 anos contra a Islândia -, mas sempre em partidas amistosas. Desta vez, atuará contra a Venezuela pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
Aron destacou a importância da Arena Pantanal na escolha de Cuiabá para receber o jogo. Lembrou que o estádio chegou a ser considerado um “elefante branco”, mas com a ascensão do Cuiabá à Série A a história mudou.
“Então, independente se essa Eliminatória viesse ou não, hoje a Arena não é mais um elefante branco. Mas é bom ter um jogo [das Eliminatórias] aqui. Ele arranca muito mais o nosso futebol, ele dá muito mais respaldo a Mato Grosso, a Cuiabá como uma ex-sede da Copa do Mundo”, disse em entrevista ao MidiaNews
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O presidente também comentou sobre a expectativa de Cuiabá ser uma das sedes da Copa do Mundo Feminina de Futebol em 2027 caso o Brasil seja escolhido país-sede.
Veja os principais trechos da entrevista:
MidiaNews – O que representa para o futebol mato-grossense a escolha da Arena Pantanal como palco de um jogo das Eliminatórias
Aron Dresch – Na verdade, o que representa é um novo marco. A Arena Pantanal foi considerada, há pouco tempo, um elefante branco e hoje está recebendo um jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo. A expectativa é muito grande para que o espetáculo seja bacana de se ver, que o público compareça. Com certeza vai, já há procura.
MidiaNews – O que foi decisivo na vinda desse jogo para Cuiabá?
Aron Dresch – A FMF sempre está em constante diálogo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para trazer grandes jogos para a Arena Pantanal. Então, já existia uma conversa entre eu e o Ednaldo [Rodrigues, presidente da CBF] a respeito desse jogo. Por sinal, no dia que eles estavam fazendo uma reunião para definir, acabei ligando lá, e ele comunicou que Brasil e Venezuela seria aqui.
Tudo isso é consequência do que vem acontecendo no futebol mato-grossense hoje.
Gil Gomes/ FMF
“Tudo isso é consequência do que vem acontecendo no futebol mato-grossense hoje”
MidiaNews – Na última semana, a CBF definiu Cuiabá como candidata a sede da Copa do Mundo Feminina de Futebol em 2027 caso o Brasil seja escolhido país-sede. Como o senhor recebeu essa notícia?
Aron Dresch – Nós recebemos com muita alegria a escolha de Cuiabá como uma das possíveis cidade sede da Copa do Mundo Feminina se o Brasil for escolhido. Isso é fruto de muito trabalho de articulação da Federação Mato-grossense de Futebol junto à CBF. É um trabalho do Governo do Estado, que tem dado todas as condições possíveis para que isso aconteça. Cuiabá tem totais condições de receber a Copa, aliás isso foi confirmado a partir da escolha de Cuiabá como cidade-sede.
MidiaNews – No início da entrevista o senhor citou que Arena Pantanal era listada por muita gente no Brasil como um elefante branco. Hoje, vendo o estádio com uma média de público de 15 mil pagantes e prestes a receber jogo da Eliminatórias, o que o senhor teria a dizer àqueles que criticaram Arena no passado?
Aron Dresch – Na verdade a gente não tem o que dizer, ninguém tem bola de cristal. O fato de termos hoje um time na Série A também contribuiu muito para que a Arena Pantanal não virasse um elefante branco. Então, independente se essa Eliminatória viesse ou não, hoje a Arena não é mais um elefante branco. Mas é bom ter um jogo [das Eliminatórias] aqui. Ele arranca muito mais o nosso futebol, dá muito mais respaldo a Mato Grosso, a Cuiabá como uma ex-sede da Copa do Mundo e, agora, como pretensa a ser sede da Copa do Mundo Feminina de Futebol em 2027.
MidiaNews – O que está sendo feito no estádio para receber o jogo da Seleção Brasileira?
Aron Dresch – Uma equipe da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) virá novamente em Cuiabá para avaliar o estádio e apontar as melhorias que precisarão ser realizadas para o jogo. Mas isso não é problema. O Governo do Estado vai realizar todos os reparos necessários. Tudo estará em dia.
MidiaNews – Uma queixa de muitos jogadores da Série A é que o gramado da Arena não é bom, deixa o jogo lento. O senhor também acha que precisa melhorar o gramado?
Eu acho que o gramado da Arena Pantanal está em boas condições, sim. Não tem motivo para dizer que está mal.
Aron Dresch – Eu acho que o gramado está em boas condições, sim. Não tem motivo para dizer que está mal. Foi plantada grama de inverno, tudo dentro dos padrões que se exige. Mas tem sempre alguém que coloca defeito. Sempre tem alguém do contrário. Teve uma pessoa [Abel Ferreira, técnico do Palmeiras] que colocou defeito, falou um monte. Ela tem um respaldo para fazer isso, porque onde ela joga [Allianz Parque] é grama sintética. Lá não tem buraco não. Lá só se cavar com escavadeira para aparecer buraco [risos].
Não adianta, todo jogo aqui vai deixar um resquício de um buraquinho. Chega uma hora, claro, que satura e você não pode mais jogar. Foi o que aconteceu com o Maracanã. Mas a grama sintética chega uma hora que tem que trocar também.
MidiaNews – Não acha que o estádio poderia ser menos usado em jogos do Estadual, da Copa FMF, que iniciou neste mês. Deixar para jogar ali apenas nas partidas finais?
Aron Dresch – Isso aí não cabe a nós, nós não somos detentores do estádio.
MidiaNews – Mas o senhor não concorda que todos esses jogos não prejudicam ainda mais o gramado.
Aron Dresch – Claro, quanto mais jogar, pior fica. Mas eu acho que eles [Governo do Estado] fazem toda essa avaliação e cabe a eles tudo isso.
MidiaNews – Não acha que um Dutrinha ampliado seria uma boa alternativa até para o Cuiabá realizar jogos de menor apelo?
Aron Dresch – É muito complicado esse estádio. Eles fazem muitos jogos aqui, então piorou. Aqui até jogo de aniversário eles fazem.
Houve uma conversa entre a Federação e a Prefeitura para que a Federação assumisse o gramado do Dutrinha. Mas para assumir o gramado, a Federação fez uma exigência em relação às escolhas desses jogos, para que pelos menos esses jogos de aniversários não fossem realizados. Mas aí a conversa parou.
O futebol aqui não tem o devido valor que eles falam que é para ter, sabe? Em qualquer nível, vou falar. Série A, B, Mato-grossense. E por quê? Porque aqui eles nivelam tudo por uma régua só, para tudo. Desde um aniversário até um jogo de primeira divisão. Então, não tem como avançar a conversa.
MidiaNews – O Cuiabá tem se consolidado no futebol nacional nos últimos, mas o futebol mato-grossense ainda é fraco. O que precisa acontecer para que tenhamos um Campeonato Estadual mais competitivo e que tenhamos outros times ao menos na Série B do Brasileirão?
“Não tem como você chegar numa Série A, B, C sem investimento”
Aron Dresch – Eu acho que a base disso é um pouco falta de investimento dos próprios clubes, dos próprios times. Não tem como você chegar numa Série A, B, C sem investimento.
Mesmo o Cuiabá na Série A. O investimento dele em relação outros times de Série A é menor. Então ele fica nas posições inferiores também. É a mesma coisa aqui. Enquanto não houver investimento em jogadores, comissão técnica e preparo em geral do time, não vamos chegar a lugar nenhum.
O exemplo está aí: o Cuiabá. Cada ano que passa, o Cuiabá tem uma tendência, ao meu modo de ver, de melhorar, não piorar. Cada ano ele contrata jogadores de mais técnica e um valor maior também. Isso tem que acontecer também nos nossos times daqui. Tem jogadores oriundos do amador. Eles ganham por jogo. É muito difícil.
MidiaNews – A Federação assumiu todas as despesas da Copa FMF, que dá uma vaga na Copa do Brasil e na Série D do Campeonato Brasileiro. É uma forma de ajudar mais clubes mato-grossenses a conquistar espaço no futebol nacional?
Aron Dresch – Com certeza, porque os times só vão ter a preocupação de pagar os salários dos jogadores. Viagem, alimentação, estadia, arbitragem… Toda a logística vai ser custeada pela Federação.
O campeão terá direito de escolher entre participar da Copa do Brasil ou da Série D. E todos os times, com exceção do Cuiabá, claro, informaram que caso sejam campeões vão escolher a Série D porque o calendário é maior e o retorno em dinheiro também.
A federação nunca teve isso. Não se fazia esse tipo de valorização.
Alguma coisa estava sendo feita errada aqui na FMF. A gente não para pra pensar isso, mas é um fato
O juiz, por exemplo, é o time mandante que faz o pagamento e isso era muito ruim, porque poderia existir uma pressão.
Quando nós entramos na Federação aqui, tinha árbitros sem receber já há dois anos. Eu paguei conta de arbitragem aqui no futebol depois de dois anos.
E eu não fiz nada demais porque nós não tínhamos um time na Série A, né? Quando eu entrei aqui o Cuiabá estava na Série C. Então alguma coisa estava sendo feita errada. A gente não para pra pensar isso, mas é um fato.
MidiaNews – O Cuiabá teve uma boa campanha no primeiro turno da Série A nesta temporada e falou-se muito sobre a possibilidade do clube, inclusive, conquistar uma vaga na Libertadores. O senhor acha possível?
Aron Dresch – A dificuldade é muito grande, não é assim não. Eu acho que não consegue. Se conseguir ficar na Série A já está bom.
Eu acho que cair para a segunda divisão não cai, na minha opinião. Agora Libertadores… Primeiro tem que fazer os 45 [pontos, que poderiam evitar o rebaixamento], depois pensa em Libertadores. E ainda falta muito para 45.
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Fonte: midianews.com.br