Até o momento, não há casos confirmados em Mato Grosso, que teve 20 notificações, sendo 19 descartadas e uma em investigação
Mato Grosso está em alerta para evitar a reintrodução do sarampo.
Para isso, reforçou as ações de vigilância epidemiológica nos municípios mato-grossenses que fazem fronteira com Bolívia, e está convocando a população para manter a vacinação em dia e evitar que o vírus se espalhe pela região Oeste.
Leia também:
Tendência de alta de hospitalização é grande em Mato Grosso
No Estado, não há casos confirmados da infecção viral em 2025.
De 20 notificações feitas até o momento, uma segue em investigação e as demais (19) foram descartadas.
Contudo, a “fronteira seca” entre a Bolívia e Mato Grosso, com extensão de aproximadamente 730 km, é motivo de preocupação devido à intensa movimentação populacional.
Cáceres, Comodoro, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião e Vila Bela da Santíssima Trindade são municípios considerados estratégicos devido a essa mobilidade populacional intensa com regiões bolivianas afetadas.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, em junho passado, a Bolívia declarou Emergência Sanitária Nacional, por causa do aumento de casos de sarampo.
Até o dia 8 de julho, o país vizinho já havia confirmado mais de 90 casos.
Para prevenir, os moradores das cidades estratégicas devem procurar os postos de Saúde para se vacinarem contra a doença.
“Essa medida preventiva de reforçar a vacinação nessas áreas segue a recomendação de nota técnica do Ministério da Saúde, com o objetivo de aumentar a proteção da população mato-grossense em áreas mais vulneráveis à circulação do vírus”, disse a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-MT, Alessandra Moraes.
Em Cáceres (225 km ao Oeste de Cuiabá), a Prefeitura confirmou que intensificou a vacinação contra o sarampo devido à proximidade com áreas afetadas, o que eleva o risco de circulação do vírus, exigindo atenção redobrada, especialmente, das famílias com crianças pequenas.
Ainda conforme a Secretaria de Saúde, a principal estratégia adotada é a aplicação da dose zero da vacina em crianças entre 6 meses e 11 meses e 29 dias.
“Esta imunização extra não substitui as doses do calendário vacinal de rotina, mas representa uma proteção antecipada diante do atual cenário”, informou por meio da assessoria de imprensa. “Além disso, quem tem entre 9 meses e 59 anos pode tomar a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba)”, completou. Alexandra Moraes
A Secretaria de Saúde informou ainda que distribuiu aos municípios 151.003 doses da vacina tríplice viral e foram aplicadas 57.515 doses neste ano.
A cobertura estadual da vacina tríplice viral neste ano é de 87,9% com a primeira dose e de 68,5% com a segunda dose, sendo que o ideal seria de 95% para ambas.
A SES-MT garante que tem atuado em parceria com os municípios, garantindo a distribuição das vacinas, o monitoramento da cobertura vacinal, a investigação de casos suspeitos, a capacitação dos profissionais de saúde para manejo adequado dos pacientes, a assessoria aos municípios nas ações de prevenção e a apresentação de cenários epidemiológicos para a tomada de decisão.
Às gestões municipais, algumas das recomendações é a realização da busca ativa de não vacinados, notificação de casos suspeitos com exantema (rash cutâneo) em até 24 horas, coleta amostras para o diagnóstico da vigilância laboratorial e isolamento do paciente até a confirmação.
“Os viajantes que tiverem febre e manchas vermelhas devem evitar contato com outras pessoas e procurar a assistência de saúde”, orientou a superintendente.
Vale destacar que, há mais de duas décadas, Mato Grosso permaneceu sem casos confirmados de sarampo, com os últimos registros entre 1998 e 1999.
Em 2020, houve um caso isolado em Lucas do Rio Verde (354 km a ao Norte de Cuiabá), de uma criança de 7 meses que se recuperou após hospitalização.
O QUE É – De acordo com informações do Ministério da Saúde, o sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa, que já foi uma das principais causas de mortalidade infantil em todo o mundo.
Hoje, o sarampo ainda representa um desafio para a saúde pública, especialmente em regiões com baixas taxas de imunização.
A doença é causada por um vírus altamente contagioso, transmitido por gotículas expelidas ao tossir, falar ou espirrar.
O período de incubação pode chegar a 14 dias e os sintomas incluem febre, dor de cabeça, manchas vermelhas na pele e conjuntivite.
Em casos mais graves, pode evoluir para pneumonia, meningite e até levar à morte.
Fonte: www.diariodecuiaba.com.br