A praça do bairro Jardim São Paulo, em Sinop (500 km ao Norte), foi completamente revitalizada dois anos após a morte de um menino de 7 anos, atropelado por um motociclista embriagado, sem habilitação e em alta velocidade. A tragédia, registrada em 2023, provocou comoção e afastou as famílias do local, que passou a ser visto como inseguro.
A mãe da vítima, Márcia dos Santos, foi a responsável por mobilizar autoridades para transformar o espaço. “A minha perda é irreversível, mas eu não queria que outras famílias passassem pelo que eu passei”, afirmou. Após a morte do filho, ela recebeu apoio jurídico, psicológico e social do Núcleo de Defesa da Vida (NDV) de Sinop, que passou a acompanhar o caso e investigar os impactos da tragédia no bairro.
Segundo o promotor de Justiça Herbert Dias Ferreira, a análise revelou que o problema ultrapassava o crime em si. “Identificamos também uma consequência social que atingiu os moradores. A insegurança no trânsito já era uma preocupação antiga, com pedidos por redutores de velocidade. E, após o crime, a praça ficou abandonada porque os pais deixaram de permitir que as crianças frequentassem o espaço”, explicou.
Foi nesse contexto que Márcia solicitou a revitalização da praça. “Eu disse ao promotor que a minha perda era irreversível. Ele me ouviu e respondeu como ser humano: ‘Márcia, eu vou cobrar’. Sou grata por essa atitude”, relembrou.
A partir daí, a 1ª Promotoria de Justiça Criminal articulou uma série de ações com órgãos públicos, entidades e empresas privadas. Dois anos depois, o espaço foi entregue totalmente renovado, com arborização, quadras esportivas, academia ao ar livre, além de quebra-molas e nova sinalização nas ruas ao redor.
“Quando recebemos a informação, entendemos a amplitude negativa da consequência do crime. Nosso papel é também prevenir e proteger a coletividade”, destacou o promotor. Ele afirma que a transformação foi possível graças à união de esforços entre o Ministério Público, prefeitura, sociedade civil e parceiros como a Colonizadora Sinop e a Floresta Urbana. “O objetivo sempre foi devolver à comunidade um ambiente de convivência, lazer e segurança, especialmente para as crianças.”
O caso
O menino morreu atropelado no dia dois de novembro de 2023, no bairro Jardim São Paulo. De acordo com a polícia, o motociclista que o atingiu não tinha habilitação, estava embriagado e participava de um racha com outro condutor.
Testemunhas relataram que ele realizava manobras perigosas quando atingiu a criança, que atravessava a rua próximo a um parquinho.
Fonte: www.gazetadigital.com.br
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