No dia 15 de maio, celebra-se o Dia do Controle das Infecções Hospitalares, uma data que destaca a importância de medidas e práticas para prevenir infecções dentro dos hospitais. Neste contexto, a Odontologia Hospitalar emerge como um componente vital no combate a essas infecções, desempenhando um papel importante na saúde e na recuperação dos pacientes hospitalizados.
A Odontologia Hospitalar, reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Odontologia por meio da RESOLUÇÃO CFO-262, de 25 de janeiro de 2024, se dedica ao atendimento odontológico de pacientes em ambiente hospitalar, abrangendo desde unidades de terapia intensiva (UTIs) até enfermarias e unidades de internação. A saúde bucal é um aspecto frequentemente negligenciado, mas que tem impacto direto na prevenção de infecções hospitalares. Lesões e infecções na cavidade bucal podem servir como portas de entrada para bactérias, que podem se disseminar pelo corpo e causar complicações sérias.
Prevenção de Infecções Respiratórias
O atendimento odontológico do paciente crítico contribui significativamente para a prevenção de infecções hospitalares, especialmente as respiratórias. A pneumonia nosocomial, ou hospitalar, é uma das principais infecções em pacientes de UTI, frequentemente favorecida por microrganismos que proliferam na orofaringe. A presença de biofilme dental (placa bacteriana) pode ser uma fonte de patógenos que, ao serem aspirados, causam infecções pulmonares graves. O trabalho dos cirurgiões-dentistas hospitalares na manutenção da higiene oral dos pacientes intubados é, portanto, uma medida preventiva crítica.
Impacto das Alterações Bucais
Alterações bucais, como a doença periodontal, podem atuar como focos de disseminação de microrganismos patogênicos com efeito metastático, especialmente em pacientes com saúde comprometida. Pesquisas científicas que analisam grupos tratados e grupos controle, com parâmetros de riscos similares para infecção, demonstram uma diminuição significativa na incidência dos casos de pneumonia, no uso de antibióticos não profiláticos e nas taxas de mortalidade no grupo submetido à atenção odontológica.
A ocorrência de infecções hospitalares é preocupante, pois é bastante comum entre pacientes críticos, provocando um número significativo de óbitos, prolongando a internação do paciente e exigindo mais medicamentos e cuidados. Considerando que a grande maioria dos pacientes de UTI não tem como se queixar de seu estado e de seus incômodos, os profissionais responsáveis por cuidarem da manutenção de suas vidas e saúde devem estar presentes na equipe multiprofissional, que deve ser a mais completa possível, incluindo a presença dos cirurgiões-dentistas.
Contribuição do Cirurgião-Dentista
A importância do atendimento do cirurgião-dentista nos hospitais vai além de contribuir para a melhora no quadro geral de saúde do paciente. Este atendimento pode ainda colaborar para a diminuição do tempo de internação, redução do uso de medicamentos e exames complementares. Atendendo em ambiente de alta complexidade, estes profissionais integram-se às diferentes clínicas médicas e equipes, oferecendo um atendimento integral ao paciente em variados cenários, como na sua própria área física e nas unidades de terapia intensiva do complexo hospitalar, com visitas diárias e inserção de protocolos específicos.
A Odontologia Hospitalar salva vidas. Ao prevenir e tratar infecções bucais que podem ter repercussões sistêmicas, os profissionais garantem que os pacientes não apenas enfrentem menos complicações, mas também tenham maiores chances de recuperação plena. A colaboração interdisciplinar entre cirurgiões-dentistas e outras especialidades médicas é crucial para um atendimento abrangente e eficaz, destacando a importância da integração da saúde bucal na rotina dos cuidados hospitalares.
Neste Dia do Controle das Infecções Hospitalares, é fundamental reconhecer e valorizar o papel da Odontologia Hospitalar. Investir em uma abordagem abrangente que inclua a saúde bucal é investir na segurança, na recuperação e na vida dos pacientes. A Odontologia Hospitalar, ao prevenir infecções e promover a saúde de maneira abrangente, não apenas melhora os desfechos clínicos, mas também salva vidas regularmente.
Fonte: website.cfo.org.br