Brasileiros poderão deixar Gaza via Egito

Brasileiros poderão deixar Gaza via Egito
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Possibilidade foi levantada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, após reunião no Conselho de Segurança da ONU. Antes prevista para o Cairo, partida deve ocorrer perto da fronteira com o Egito

Pedido de evacuação por parte de Israel fez com que milhares de palestinos deixassem a região norte de GazaFoto: Hatem Moussa/AP/picture alliance

Os 22 brasileiros que estão na Faixa de Gaza poderão tomar um avião a partir da fronteira com o Egito rumo ao Brasil neste sábado (14/10). A possibilidade foi levantada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em Nova York, onde ele presidiu uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira, para tratar sobre a escalada de violência no conflito entre Israel e Hamas.

Num primeiro momento, as negociações apontavam que os brasileiros deveriam ir de ônibus até o Cairo, onde pegariam um voo para o Brasil. Mas a iniciativa sofreu resistência do Egito, que teme que o grupo se refugie no país.

Agora, porém, a viagem deve ser mais curta. Os brasileiros estão abrigados em uma escola no norte de Gaza, justamente na área que Israel pediu para ser evacuada, com o exército israelense indicando as pessoas a se direcionarem para o sul, onde fica a fronteira com o Egito.

Segundo Vieira, um ônibus deve retirar o grupo e levá-lo do norte ao sul de Gaza na manhã deste sábado. O avião a ser utilizado na viagem é de uso da Presidência da República e, nesta quinta, partiu de Brasília com destino a Roma.

“O governo brasileiro negociou para que os brasileiros que estão em Gaza possam sair pelo Egito. É a única forma. Sairiam nesse ônibus. E o que nós propusemos é que sejam levados a um aeroporto próximo da fronteira, onde o avião da Força Aérea Brasileira estará esperando”, afirmou Vieira.

Brasil defende dois estados

Após convocar uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil, que preside o órgão durante este mês de outubro, se manifestou sobre a escalada no conflito entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas, que já deixou milhares de mortos.

Mauro Vieira disse que “nem os israelenses nem os palestinos deveriam passar por sofrimentos mais uma vez” e que viajou a Nova York para levar o apelo do presidente Lula para uma ação multilateral urgente, a fim de acabar com a aflição de civis em meio às hostilidades.

O objetivo do Brasil e do Conselho de Segurança, segundo ele, é prevenir mais derramamento de sangue e garantir acesso humanitário urgente para as áreas mais atingidas.

“As leis internacionais de direitos humanos garantem claras diretrizes sobre o que precisa ser feito. É urgente a criação de corredores humanitários com acesso a Gaza“, reforçou, dizendo ainda que o Brasil se solidariza com os brasileiros mortos nos ataques do Hamas e também com os trabalhadores humanitários e todas as pessoas deslocadas.

“Reiteramos nosso apoio à solução de dois estados com palestinos e israelenses vivendo lado a lado, em paz e prosperidade, com fronteiras seguras”, concluiu.

Evacuação e crise humanitária

Israel ordenou nesta sexta-feira a retirada de 1 milhão de civis do norte de Gaza em até 24 horas, em meio a preparativos para uma ofensiva terrestre destinada a reprimir o grupo fundamentalista islâmico Hamas, em retaliação aos ataques contra a população israelense no fim de semana.

No último sábado, o braço armado do Hamas realizou um massacre devastador contra Israel, matando mais de 1,3 mil pessoas e ferindo mais de 3,3 mil em cidades fronteiriças israelenses e em um festival de música.

Israel respondeu com pesados bombardeios sobre Gaza, prometendo “esmagar” o Hamas. Mais de 1,9 mil palestinos já morreram e mais de 7,7 mil ficaram feridos, segundo autoridades locais.

Ao todo, mais de 2 milhões de pessoas vivem em condições precárias em Gaza, uma estreita faixa que se estende por cerca de 40 quilômetros ao longo do Mar Mediterrâneo e faz fronteira com Israel ao norte e a leste, e com o Egito ao sul.

Fonte:  dw.com


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