Covid-19 é associada a maior risco de pressão alta, segundo estudo

Covid-19 é associada a maior risco de pressão alta, segundo estudo
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Quando se trata de desenvolver pressão alta, a Covid-19 pode desempenhar um papel descomunal, diz um novo estudo publicado na segunda-feira (21) na revista médica Hypertension, que descobriu que mais de 1 em cada 5 pacientes hospitalizados com Covid-19 – e mais de 1 em cada 10 que não foram hospitalizados – tiveram diagnóstico de pressão alta seis meses depois.

Em comparação com pessoas que tiveram influenza, outro vírus respiratório, as pessoas hospitalizadas com Covid-19 tiveram duas vezes mais chances de desenvolver hipertensão.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, a pressão alta, também conhecida como hipertensão, aumenta o risco de doenças cardíacas e derrames, as principais causas de morte nos Estados Unidos. Quase metade dos adultos no país tem hipertensão e, em 2021, diz o CDC, causou quase 700 mil mortes nos Estados Unidos.

O limite para hipertensão pode variar de acordo com o médico, mas as diretrizes mais recentes da American Heart Association e do American College of Cardiology o definem como uma aferição de 130 sobre 90.

No novo estudo, os pesquisadores analisaram os registros médicos de mais de 45 mil pacientes com Covid-19 e quase 14 mil pacientes com influenza no bairro do Bronx, na cidade de Nova York, entre 2020 e 2022.

Antes da infecção viral, nenhum dos pacientes tinha histórico de hipertensão. Em uma consulta de acompanhamento de seis meses, os pesquisadores rastrearam quais tinham novos diagnósticos de problemas cardíacos.

Em geral, cerca do dobro das pessoas que foram hospitalizadas com Covid-19 foram diagnosticadas com hipertensão se comparadas com daquelas que não foram: cerca de 21% dos pacientes hospitalizados com Covid-19 eram hipertensos, em comparação com 11% que não foram hospitalizados.

Dos pacientes hospitalizados com Covid-19, mais de 1 em cada 5 desenvolveu hipertensão durante o período no hospital, enquanto estava ativamente infectado com Covid-19, apesar de não ter histórico de pressão alta.

No entanto, em comparação com pacientes infectados com gripe, os pacientes com Covid-19 tiveram piores resultados de pressão arterial.

Pacientes com Covid-19 que foram hospitalizados tiveram 2,23 vezes mais chances de desenvolver pressão alta do que pacientes hospitalizados com influenza. Mesmo os pacientes com Covid-19 que não estavam no hospital tinham 50% mais chances do que os pacientes com gripe não hospitalizados de desenvolver hipertensão.

A alta incidência de hipertensão em pessoas com Covid-19 é “alarmante, dado o grande número de pessoas afetadas pela Covid-19”, diz o relatório.

Os pesquisadores descobriram que a hipertensão é mais comum em alguns grupos demográficos importantes. Pessoas com mais de 40 anos, negras ou com condições preexistentes, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença arterial coronariana ou doença renal crônica, apresentavam maior risco de desenvolver hipertensão após uma infecção por Covid-19.

Os pacientes tratados com medicamentos vasopressores, uma classe de medicamentos que contraem os vasos para aumentar a pressão arterial, ou corticosteroides, um tipo de medicamento anti-inflamatório frequentemente usado para tratar a artrite, também apresentavam maior risco.

“Dado o grande número de pessoas afetadas pela Covid-19 em comparação com a influenza, essas estatísticas são alarmantes e sugerem que muito mais pacientes provavelmente desenvolverão pressão alta no futuro, o que pode representar um grande fardo para a saúde pública”, disse à imprensa o Dr. Tim Duong, autor do estudo e professor de radiologia no Albert Einstein College of Medicine.

Mas os cientistas não têm certeza de como o vírus da Covid-19 pode desencadear um novo início de pressão alta. O estudo teoriza que o coronavírus pode infectar as células do coração e interromper a regulação da pressão arterial ou que a lesão renal aguda – uma complicação comum durante a hospitalização da Covid-19 – pode contribuir para a hipertensão.

O relatório também observou que a maioria das pessoas no estudo veio de comunidades com baixo nível socioeconômico, o que pode ter aumentado o risco de desenvolver pressão alta. Fatores de risco ligados à pobreza, incluindo estresse e acesso reduzido a alimentos saudáveis, podem ter aumentado as taxas de hipertensão.

Como resultado, disse o relatório, pesquisas de acompanhamento de longo prazo seriam úteis para rastrear se a pressão arterial elevada pode estar mais intimamente ligada à Covid-19 e, em caso afirmativo, quais podem ser os efeitos a longo prazo na saúde do coração. Por enquanto, os dados podem alertar os médicos sobre a ligação entre a Covid-19 e a hipertensão.

“Essas descobertas devem aumentar a conscientização para a triagem de pacientes em risco de hipertensão após a doença da Covid-19, para permitir a identificação e o tratamento precoce de complicações relacionadas à hipertensão, como doenças cardiovasculares e renais”, disse Duong.

Fonte:   msn.com


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