Judiciário e Polícia Civil se unem para promover oficinas a homens agressores

Judiciário e Polícia Civil se unem para promover oficinas a homens agressores
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Homens detidos por violência doméstica e familiar contra a mulher em Cuiabá serão encaminhados para palestras ofertadas pelo Poder Judiciário e Polícia Civil (PJC), por meio do projeto-piloto “Papo de homem para homem”.
Oficinas, conversas, vídeos e aulas serão promovidas pela Polícia Comunitária da PJC e determinadas pelos juízes das varas de violência doméstica da capital para informar, sensibilizar e conscientizar os agressores sobre os crimes de violência praticados por eles contra namoradas, esposas, ex-companheiras, irmãs, mães etc.
A união de esforços entre as instituições foi definida nesta sexta-feira (04), em reunião realizada no Fórum de Cuiabá, e já começará a ser aplicada neste fim de semana, no plantão da Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá.
“Esse projeto vai casar com os interesses de ampliar nosso atendimento dentro das varas de violência doméstica, no sentido de olhar para o agressor. Precisamos disso, do encaminhamento desse homem para uma rede de atendimento, em termos de prevenção e informação. Vamos começar a remeter esses agressores dentro das medidas protetivas e das medidas cautelares para participar desse projeto junto à Polícia Civil”, afirmou a juíza Tatiane Colombo, da 2ª vara especializada.
O trabalho já é realizado pela Polícia Civil desde 2014 e alcançou mais de 1.000 homens presos pela Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06). As atividades socioeducativas já foram realizadas em empresas, penitenciárias e escolas, além dos encontros corriqueiros promovidos pela Polícia Comunitária.
As dinâmicas são relacionadas ao processo de reflexão sobre o tema violência doméstica familiar contra mulher, trabalhando no público masculino questões relacionadas a problemas psicossociais, como ciúmes, posse, agressões, perdão, compaixão, autoanálise, comportamentos, crises afetivas e financeiras.
Cumprimento da lei – O juiz Jamilson Haddad destacou que houve uma atualização da Lei Maria da Penha em 2020 trazendo a obrigatoriedade de trabalhos específicos com os homens, justamente pela identificação de que somente a proteção das mulheres vítimas era insuficiente e ineficaz.
“Precisamos tratar os homens agressores porque se eles não forem tratados teremos potencialmente meios de perpetuação do crime constantemente na sociedade. Este é um trabalho fundamental, necessário, extraordinário, que tem tudo a ver com o que já fazemos, no sentido de preocupação e pacificação social”, ressalta.
De acordo com a Polícia Comunitária, cerca de 25 a 30 homens são notificados mensalmente a comparecer nos trabalhos do projeto “Papo de homem para homem”. Entretanto, a presença deles é reduzida entre 15 e 20 homens. Com as determinações judiciais, a não participação também será considerada crime.
“A Lei Maria da Penha é desconhecida por muitos agressores. Pretendemos atingir esses homens, no sentido de evitar que eles voltem a delinquir. Nós somos a primeira instituição que determina se ele vai ser preso ou não, na delegacia. A partir do momento em que ele é autuado em flagrante, é encaminhado ao Poder Judiciário, que vai tomar as medidas que a lei prevê e vamos começar essa parceria muito importante trabalhando o preventivo”, pontua o delegado Jefferson Dias.
Encontro – A próxima oficina “Papo de homem para homem” será realizada no dia 23 de março, na sede da Academia de Polícia Civil, localizada no bairro São João Del Rey.
Descrição da imagem:
Primeira imagem: Fotos com três juízes e três policiais civis sentados de frente em uma mesa de reunião em diálogo sobre o projeto “Papo de homem para homem.
Segunda imagem: Foto da juíza Tatiane Colombo com as mãos cruzadas em cima de uma mesa e com olhar atento. Ela tem cabelos loiros e veste uma blusa verde.
Terceira imagem: Foto do juiz Jamilson Haddad ao folhear o projeto “Papo de homem para homem” impresso em papel.
#ParaTodosVerem #PraCegoVer
Mylena Petrucelli/Fotos: Alair Ribeiro
TJMT

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