Kiev e Moscou trocam acusações por começo de ano sangrento

Kiev e Moscou trocam acusações por começo de ano sangrento
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Ataques russos e ucranianos mataram ao menos cinco pessoas na véspera de Ano Novo. Zelenski promete “ira” da Rússia, e Putin diz que seu país “não recuará”

Casas destruídas por ataques russos em Odessa

Pelo menos cinco pessoas morreram em ataques russos e ucranianos, com os dois países acusando-se mutuamente nesta segunda-feira (01/01) por um início de ano sangrento, enquanto a guerra parece estar longe do fim. A DW não pôde checar as informações de forma independente.

De acordo com um oficial instalado pela Rússia na região oriental da Ucrânia, os bombardeios autorizados por Kiev mataram quatro pessoas. Denis Pushilin, chefe da região ucraniana de Donetsk ocupada pela Rússia, escreveu no Telegram que o “bombardeio pesado” das forças ucranianas também deixou 14 pessoas feridas. A agência de notícias France Presse (AFP) disse que entre os feridos estavam jornalistas. De acordo com os serviços de emergência citados pela agência russa TASS, um jornalista estava entre os mortos e outro entre os feridos.

Autoridades locais russas citadas pela AFP disseram que as forças ucranianas realizaram um ataque sem “qualquer sentido militar” ao centro daquele reduto pró-russo com bombas de fragmentação.

“O objetivo do inimigo era causar o máximo de danos possível à população civil”, afirmou Pushilin no Telegram.

Os ataques ucranianos também danificaram uma escola, blocos de apartamentos, uma loja, um centro comercial e outros edifícios, escreveu no Telegram o Comitê de Investigação russo.

Maior ataque russo com drones

Enquanto isso, autoridades ucranianas disseram que ataques aéreos russos em Odesa, no sul da Ucrânia, mataram pelo menos uma pessoa.

De acordo com a Força Aérea ucraniana, “o inimigo usou um número recorde de veículos aéreos não tripulados de ataque do tipo Shahed”, fabricados no Irã. As autoridades ucranianas disseram que o país conseguiu repelir a maioria dos ataques.

Homem remove destroços em uma rua atingida por bombardeio na região de Donetsk

Segundo Kiev, a Rússia lançou 90 drones e quatro mísseis guiados antiaéreos S-300 sobre a Ucrânia, além de três mísseis antirradar Kh-31P e um Kh-59.

“Um poderoso ataque massivo com drones durou 11 horas. Os drones kamikaze foram lançados à tarde e a defesa antiaérea terminou seu trabalho por volta das 4h, horário local”, informaram as Forças de Defesa do Sul nesta segunda-feira.

Os mísseis atingiram Kharkiv (leste), Kherson e Zaporíjia (sul), enquanto os drones impactaram Mikolayiv (sul), Vinitsia (centro-oeste), Dnipropetrovsk (centro), Kherson e Kirovohrad (centro)  e Lviv (oeste).

Também segundo Kiev, por volta da meia-noite, as forças russas lançaram drones sobre áreas residenciais onde os cidadãos se preparavam para celebrar o Ano Novo. Como resultado, os destroços dos veículos não tripulados abatidos danificaram pelo menos três edifícios privados e agrícolas, causando a morte de uma pessoa.

Zelenski alerta sobre a “ira” ucraniana

À medida que a violência aumentava entre a Ucrânia e a Rússia, Zelenski prometeu, em seu discurso de Ano Novo, causar “ira” às forças russas em 2024.

“No próximo ano, o inimigo sentirá a ira da produção doméstica”. Destacou Zelenski, referindo-se a pelo menos “um milhão” de drones adicionais, bem como caças F-16 prometidos pelos seus parceiros ocidentais.

“Não importa quantos foguetes o inimigo lance, não importa quantos bombardeios e ataques – vis, impiedosos, massivos – o inimigo realize na tentativa de quebrar os ucranianos, intimidar, derrubar a Ucrânia, conduzi-la à clandestinidade, nós ainda nos levantaremos”, afirmou Zelenski.

Paralelamente, o presidente russo, Vladimir Putin, sem citar a Ucrânia, disse seu país “nunca recuará”.

Na última escalada do conflito, na sexta-feira, uma série de ataques de mísseis e drones contra cidades ucranianas deixou 39 mortos.

Kiev retaliou um dia depois, atacando a cidade de Belgorod, no sul da Rússia, também com mísseis e drones, matando 24 pessoas e ferindo mais de 100.

Fonte:    dw.com


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