Lula recebe Alberto Fernández e discute apoio à Argentina

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Em quinto encontro da dupla, petista acena com apoio a exportações de empresas brasileiras para impulsionar fluxo comercial. País vizinho sofre com inflação e escassez de dólares.

Em sua quarta visita ao Brasil neste ano, o presidente argentino, Alberto Fernández, trocou nesta segunda-feira (26/06) declarações amistosas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ouviu do colega sinalizações positivas de ajuda ao país, que está mergulhado numa grave crise econômica e enfrenta uma inflação que ultrapassa os 100% ao ano.

“Quando o amigo está com problemas, o que faz aquele que está com problemas? Pede ajuda para os amigos. E os amigos sempre estão aí”, disse Fernández a Lula.

A Argentina é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil, ficando atrás somente da Chinae dos Estados Unidos, mas sua importância tem caído ao longo dos anos – o comércio bilateral entre os dois países, que já chegou a 40 bilhões de dólares em 2011, atualmente rende 15,3 bilhões de dólares em exportações ao Brasil.

Para voltar a elevar essa cifra, Lula acenou com a criação de uma linha para financiamento de exportações ao país vizinho. “Estamos trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente das exportações brasileiras para a Argentina. Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós não”, declarou o petista.

Endividamento, inflação, escassez de dólares e uma eleição daqui a quatro meses

A economia argentina sofre com a desvalorização da moeda local, o peso argentino, e com a escassez de dólares, dois fatores que tornam o ambiente de negócios menos atraente para empresas brasileiras.

O governo de Fernández também enfrenta dificuldades para renegociar um empréstimo de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI), contraído pela gestão anterior, do conservador Mauricio Macri.

Lula tem advogado em favor da Argentina neste tema em diversos foros internacionais. Tentou, embora sem êxito, ajudar o país usando o banco de desenvolvimento dos Brics– grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O presidente também defendeu a adoção de uma moeda comum para o comércio entre os dois países e a construção do gasoduto de Vaca Muerta, obra financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que, uma vez concluída, aliviaria os gastos da Argentina com a importação de gás.

Os três pontos constam de um plano anunciado pelo Itamaraty que incluiu ainda pontos como a criação de um crédito para exportação de blindados pelo Exército Brasileiro e o apoio aos “direitos legítimos” da Argentina na disputa com o Reino Unido pelas Malvinas.

Peronista, Fernández não disputará a reeleição em outubro. O candidato governista será Sergio Massa, ministro da Economia. Macri, que também não deve se candidatar, reúne em seu entorno nomes mais bem colocados na disputa. Há ainda um candidato de ultradireita, Javier Milei.

A visita, o quinto encontro entre os dois mandatários, foi enquadrada no bicentenário do estabelecimento das relações diplomáticas entre Brasil e Argentina, que será comemorado em agosto.

Durante a passagem por Brasília, Fernández e sua esposa, Fabiola Andrea Yáñez, foram condecorados com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul e a Ordem de Rio Branco.

Fonte:    dw.com


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