Neste ano, houve aumento de 184,6% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2021
OMinistério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (20), a campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como dengue, zika e chikungunya. Com o tema “Todo dia é dia de combater o mosquito”, a mobilização tem o objetivo de conscientizar a população brasileira sobre os perigos do inseto e a importância de combate aos criadouros do mosquito. A campanha será veiculada na televisão, rádio, internet e mídia exterior.
“A epidemia da dengue existe há mais de 30 anos. Desde então, nós não conseguimos erradicar esse probleme entre nós. Isso significa que não é uma atividade simples. Não temos vacinas para arbovirose, nem tratamentos específicos, então a principal arma que nós temos é combater o mosquito.[…] Se não houver a colaboração da sociedade, todo ano vamos ter casos e casos de todas essas arboviroses”, reforçou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante o lançamento da campanha nesta quinta (20).
Em 2022, até meados de outubro, houve aumento de 184,6% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2021. As ocorrências passaram de 478,5 mil casos, no ano passado, para 1,3 milhão neste ano. Foram 909 óbitos confirmados em 2022.
“Alguns fatores podem ter contribuído para esse aumento de casos de 2022. As condições ambientais favoráveis, o acúmulo de água, altas temperaturas, moradias inadequadas, um grande número de pessoas suscetíveis à doença e a mudança de circulação do sorotipo circulante obviamente também interfere na transmissibilidade das arboviroses como um todo”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.
Já em relação à chikungunya, até meados de outubro, foram notificados 168,9 mil casos da doença, com taxa de incidência de 79,2 casos por 100 mil habitantes no país. Quando comparado com o mesmo período de 2021, ocorreu um aumento de 86,9% nos casos. Em 2022, foram 76 óbitos confirmados.
Em relação aos dados de zika, até meados de setembro de 2022, foram notificados 10,5 mil casos da doença, com taxa de incidência 4,9 casos por 100 mil habitantes no país. Houve um aumento de 92,6% quando comparado ao mesmo período de 2021. Não houve óbito por zika em 2022.
Combate ao mosquito
O Ministério da Saúde tem investido em ações de combate ao mosquito de forma permanente. Mesmo diante do cenário atual de aumento no número de casos de arboviroses, a Pasta tem trabalhado em ações de resposta ao período epidêmico 2021/2022 e também ações preparatórias para o período sazonal 2022/2023. Para isso, o Ministério realiza periodicamente reuniões com estados para orientação de atividades, avaliação dos cenários locais e adequação das estratégias de combate ao mosquito de acordo com a realidade de cada região. Além disso, envia regularmente inseticidas e larvicidas para estados e municípios para combate ao Aedes aegypti.
A Pasta tem investido, ainda, no fortalecimento da entomologia, em pesquisas, novas tecnologias e inovações para vigilância e controle das arboviroses. Recentemente foi lançado o Projeto de Fortalecimento da Vigilância das Arboviroses no Brasil, com a contratação de 27 colaboradores para atuar nas 27 Unidades Federativas. Anualmente, também é realizada a campanha de comunicação sobre a dengue, chikungunya e Zika, com objetivo de orientar a população, gestores e profissionais da saúde para prevenção das doenças.
Sintomas e prevenção
Os sintomas de dengue, chikungunya ou zika são semelhantes. Eles incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais. A orientação do Ministério da Saúde é para que a população procure a unidade ou serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sintomas.
A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Evitar água parada, esvaziar garrafas, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água são algumas iniciativas básicas para evitar a proliferação do vetor. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor coloca os seus ovos.
Ministério da Saúde