MT: BRT só ficará pronto em 2025

MT:  BRT só ficará pronto em 2025
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Modal escolhido para a Grande Cuiabá, o BRT (Bus rapid transit -Ônibus de trânsito rápido), custará quase o dobro do que custaria a conclusão do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O valor da passagem também poderá ter valor superior ao que foi calculado para o VLT. Além disso, o modal vai provocar o estrangulamento e piora do trânsito com a substituição do transporte que será disponibilizado somente em 2025 e não em 24 meses, conforme anunciado pelo governo de Mato Grosso.

As informações constam em um estudo divulgado nesta quarta-feira (02) por entidades como o Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) e o Instituto de Engenharia de São Paulo.

Pela  segunda vez, estas entidades elaboram uma carta manifesto com o intuito de convencer o Estado quanto à inviabilidade do BRT, na real condição da estrutura de mobilidade de Cuiabá e Várzea Grande, além da perda de recursos, levando em consideração o que já foi gasto com a estrutura e vagões do VLT.

De acordo com o estudo, o BRT não terá um custo de apenas R$ 430 milhões, mas sim R$ 820 milhões, quase o dobro e que não seria mais barato que a conclusão do VLT (conforme valores apresentados). A tarifa, até então apontada em torno de R$ 3,04, deverá custar cerca de R$ 5,70 e, portanto, superior à do VLT.

O estudo realizado pelas entidades traz levantamentos de quase dois anos por especialistas em logística de trânsito e engenheiros, segundo o diretor estatutário da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e 1º vice-diretor do Simefre, Massimo Giavina Bianchi. Relata que o projeto do BRT para as duas principais cidades de Mato Grosso possui uma série de inconsistências e, ao invés de resolver o problema do transporte local, poderá trazer muito mais transtornos à população, tanto em relação ao tráfego, quanto na questão econômica dos usuários.

Conforme Massimo, o projeto do novo modal é totalmente incoerente, incompatível, absurdo e deverá ocasionar a redução da autonomia dos ônibus. Não precisa ser especialista para essas observações.

Destaca que o projeto deveria ser pensado de forma a englobar toda a infraestrutura da cidade, pois o modal deveria ter uma via exclusiva e não com faixas compartilhadas com outros veículos.

Além disso, o edital do processo licitatório, de Regime Diferenciado para Contratação Integrada (RDCi), não caberia em tal modalidade, pois previamente ao lançamento de editais de obras de infraestruturas, em geral, entre as quais o BRT, são imprescindíveis e decisivos, a apresentação por parte do governo dos seguintes trabalhos: o projeto básico (ao menos), o projeto de desapropriação e as licenças prévias ambientais.

Conforme Massimo, o reconhecimento da ausência destes projetos e licenças coloca em xeque todas as afirmações, cálculos e decisão de troca de modal.

Especialista

Conforme a professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), mestre em Engenharia de Transportes, Marina Leite de Barros Baltar, as faixas compartilhadas no trânsito já existem, no atual modelo, para tráfego do transporte coletivo (as faixas exclusivas de ônibus das principais avenidas de Cuiabá). Mas não descarta a falta de confiabilidade nos trechos onde houver o compartilhamento com outros veículos, podendo sim implicar na falta de autonomia do BRT e atrasar as viagens.

Ressalta, no entanto, que o projeto prevê a melhoria da qualidade do transporte nas duas cidades, com mais veículos, mais assentos, conforto, podendo fazer com que o usuário do transporte privado deixe o carro em casa e passe a usar o transporte público. Caso contrário, o usuário de veículos particulares poderá obter prejuízo no trânsito.

Outro lado

A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) esclarece que o valor da tarifa previsto para o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) é de R$ 3,04, valor inferior à estimativa para o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que é de R$ 4,40.

Ao contrário do que foi apresentada pelo Simefre e IE, a aquisição dos veículos e das baterias são investimentos realizados pelo Estado e o seu valor não será repassado ao usuário do transporte, não interferindo no valor da tarifa. Além disso, o estudo apresentado não expõe metodologias de cálculo em relação aos custos do BRT e do VLT.

A licitação para contratação de empresa para execução dos serviços do BRT será realizada no dia 17 de março, às 09h.

Fonte:     gazetadigital.com

 


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