MT: LANÇAMENTO E SHOW NO MESMO DIA: Banda O Mormaço Severino lança clipe com cenários distópicos criados por IA

MT:  LANÇAMENTO E SHOW NO MESMO DIA:   Banda O Mormaço Severino lança clipe com cenários distópicos criados por IA
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“Um vacilo, lhe dá o troco e cobra o rastro do perigo. E há de ser dor provar dessa solidão”. O trecho de ‘Vacilo’, canção da banda mato-grossense O Mormaço Severino, resume bem a proposta de seu novo videoclipe, que será lançado no próximo domingo (05) por meio do projeto “3 Alternativas – Clipes N’Roll”. A produção audiovisual inova ao lançar mão da Inteligência Artificial para criar cenários distópicos, que ambientam narrativa sobre vazio e solidão humana, e dar voz à Mãe Terra.

Na data, O Mormaço Severino realiza um show no Malcom Pub, em Cuiabá, junto às bandas Zumbi Suicida e Dying Order, que, por sua vez, apresentam os videoclipes de “40 graus é osso” e “Ordem decadente”, respectivamente. O evento de lançamento tem início às 17h e a entrada é 1kg de alimento não perecível. A partir das 18h, os clipes também estarão disponíveis no Youtube.

O videoclipe de “Vacilo”‘ tem roteiro e direção de Marcos Maia, também responsável pela montagem e edição da produção. Nela, o autor da canção Rauni Vilasboas, compositor e guitarrista d’O Mormaço Severino, estreia na atuação. Ele interpreta o personagem que vive em um bunker, criado pela equipe audiovisual com direção de arte de Raphael Henrique.

“Quando eu escutei a música, eu senti que ela transcendia em vários aspectos ao falar sobre vacilos. E escolhemos falar sobre o vacilo humano com a natureza, refletir sobre como estamos caminhando neste mundo, sobre as nossas irresponsabilidades com o planeta Terra. Então imaginei uma esfera distópica, onde uma pessoa que, depois de se isolar do caos da humanidade, inicia uma jornada solitária para saber o que aconteceu com ela”, explica Marcos Maia.

Vacilo

O que o personagem do videoclipe vê em sua busca é resultado de filmagens realizadas em Cuiabá e elementos inseridos por meio de recursos de Inteligência Artificial, que ajuda a criar um cenário distópico de destruição. “As ruínas e a voz que aparecem durante o clipe foi uma máquina que criou. Hoje se fala muito sobre a proporção que a inteligência artificial pode tomar e suas consequências, porque ela é responsabilidade nossa também. E talvez, no pano de fundo, o clipe também reflita sobre isso, sobre o processo de substituição de nós seres humanos, levando ao questionamento do que é ou não real”, revela.

A voz a qual o realizador se refere aparece em passagens do clipe e é atribuída a uma personagem oculta: a Mãe Terra. “De forma metafórica, ela está ali conversando com nós espectadores”, explica Severino Neto, que assina o roteiro de montagem. O realizador se inspirou em teorias da filosofia e psicanálise para a criação do texto que complementa a mensagem da canção e do enredo do clipe. Segundo ele, “o texto traz o vazio e a solidão da humanidade contextualizada pelo ponto desse ‘ser’, dessa entidade destruída”.

“Estamos falando de solidão, do vazio interno que há nas pessoas. Aquilo que Lacan dizia sobre quando a gente se olha no espelho ainda criança, se percebe um ser separado do ecossistema e começa a sofrer. É o vazio que ele chama de ego. O que Schopenhauer também vai definir como a angústia do querer e o tédio de ter. É sobre essa eterna busca por respostas, e o encontro ou não de algumas delas”, complementa.

Assim, o videoclipe de ‘Vacilo’ também imprime uma crítica social. “Tudo que a gente vê demais fica invisível”, diz a voz. Severino Neto contextualiza: “Quando a gente enxerga tanta barbárie, desmatamento, mortes, poluição, agrotóxicos, aquecimento global, guerras, genocídios como o que acontece em Gaza… Parece que a gente vê tanto que acaba desaparecendo, vira paisagem. E assim, vamos nos tornando seres cada vez mais vazios”.

O Mormaço Severino

E não é só “Vacilo” que traz perspectivas existenciais sobre dramas sociais no extenso repertório autoral d’O Mormaço Severino. A faixa compõe o álbum “Cânticos das ruas estreitas”, trabalho de estreia da banda formada em Cáceres, Pantanal de Mato Grosso, nas plataformas digitais. Com instrumental melódico, experimental e vocal feminino potente, as letras expressam dores, angústias, vícios, sentimentos de êxtase, vazio e solidão. A emblemática canção “Eu quero ver o pôr do sol da Sete de Setembro”, por exemplo, também tem disponível no Youtube um videoclipe que reflete sobre a realidade de artistas periféricos invisíveis em seu próprio território.

“Quando eu crio as músicas d’O Mormaço, eu coloco muito da minha realidade e dos meus sentimentos, mas escrevo elas de forma bem aberta. Então quem escuta, as interpreta a partir das suas próprias vivências, criando novos significados. E o que aconteceu com o clipe de ‘Vacilo’ foi exatamente isso. Trouxeram a ela uma perspectiva externa que me surpreendeu pela criatividade, ao mesmo tempo que se aliou bem às nossas críticas sobre fenômenos globais da atualidade, como a emergência climática e a destruição da natureza que se faz bastante presente em Mato Grosso, estado dominado pelo agronegócio”, afirma Rauni Vilasboas.

Atualmente, O Mormaço Severino prepara seu segundo álbum de estúdio ‘O signo da noite’, com lançamento previsto para o segundo semestre de 2024.

3 Alternativas – Clipes N’Roll

O projeto “3 Alternativas – Clipes N’Roll” é uma realização da Associação mato-grossense de Cultura (AMC) e conta com produção da Groove Agência Criativa em parceira com a Pau Rodado Filmes e a JF Produções. Seu objetivo é contribuir para a manutenção, expansão e renovação do rock “made in Mato Grosso”. A definição das bandas, conforme os realizadores, seguiu a lógica de fundação e das diferentes gerações que representam, além das vertentes bem diferentes entre elas.

A ação tem o patrocínio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT) e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), além do apoio institucional do Instituto Realize, Instituto Criar, Venari Produções, Container Produções e Malcom Live.

Ficha técnica

Diretor e Roteirista: Marcos Maia
Produtor Executivo: Henrique Maluf
Coordenadora de Produção: Laura Amorim
Assistente de Produção: karol Pratti
1º Assistente de Câmera: Ricarte Cardoso
Gaffer: Eder Caio
Maquinista: André Santos
Diretor de Arte: Raphael Henrique
Produtora de Arte: Isa Venancio
Assistente de Arte: Hytalo Matheus
Figurinista: Jane Klitzke
Make: Deia Okamura
Ator: Rauni Vilasboas
Roteiro de Montagem: Severino Neto

Produção: Groove Agência Criativa
Coprodução: Pau Rodado Filmes

Realização: AMC Associação de Cultura
Patrocínio: Secel MT ALMT
Apoio: Instituto Realize

Fonte:  gazetadigital.com.br


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