A médica pediatra e patologista clínica Natasha Slhessarenko afirmou temer a diretriz recém-anunciada pelo Ministério da Saúde que reduz o período de isolamento das pessoas infectadas pela covid-19.
Conforme noticiado pela reportagem, a nova recomendação do Ministério da Saúde abaixou para 7 o número de dias do isolamento, sendo que as pessoas que testarem negativo ao quinto dia já podem retornar as suas atividades, desde que estejam sem sintomas respiratórios, sem febre e sem usar medicação para febre há 24 horas
Diante deste cenário, a médica afirmou temer que o período seja curto demais. Além disso, a patologista citou ainda o risco dos casos em que os exames apresentam o resultado falso negativo, que é quando não há indícios de infecção mesmo que a pessoa esteja com o vírus.
Ao portal, a médica apontou que este novo modelo de tempo de isolamento foi primeiramente adotado nos EUA, depois seguido por outros países, a partir de uma diretriz do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC do inglês). A medida segue demandas econômicas e serve também para evitar o fechamento de serviços essenciais (saúde, transporte e segurança).
Na nação norte-americana, o protocolo de dias reduzidos de isolamento foi adotado visando um prazo menos elástico para que as pessoas infectadas pudessem voltar, após testarem negativo, mais rápido para seus postos de trabalho.
“Foi muito questionado e colocado à prova nos Estados Unidos. Eu, particularmente, tenho muito receio de liberar o paciente para voltar as suas atividades com 5 dias. Receio porque acho que 5 dias podem ser pouco para que o indivíduo não esteja mais transmitindo. Fico preocupada. Com cinco dias o indivíduo ainda pode transmitir e ao fazer o exame pode dar um falso negativo. Então, olho com certa apreensão”, apontou a médica.
Neste sentido, a especialista afirmou ainda que o novo modelo requer cuidados redobrados por parte daqueles que retornarem do isolamento, com o uso de máscaras do tipo PFF2, lavagem constante das mãos e continuidade das demais normas de biossegurança.
Neste sentido, a especialista afirmou ainda que o novo modelo requer cuidados redobrados por parte daqueles que retornarem do isolamento, como o uso de máscaras do tipo PFF2 ou N95 – que devem ficar bem ajustadas, cobrindo bem o nariz até o queixo.
Além disto, a máscara não deverá ser retirada durante o trabalho. A lavagem frequente das mãos, a manutenção do distanciamento de 2 metros e evitar aglomerações continuam sendo medidas importantes de biossegurança. Estar com as doses da vacina de covid recomendadas pelas autoridades sanitárias é outra medida de proteção necessária.
A médica fez ainda um alerta sobre o atual momento pelo qual o país passa. O Brasil tem registrado tanto alta de contágios quanto de mortes pelo coronavírus após as festividades de final de ano.
Diante deste contexto, a médica afirmou que não foi o melhor momento para o anúncio do Ministério da Saúde, sobretudo pela medida ter a capacidade de provocar uma sensação de relaxamento na população.
“Decididamente não foi (o momento certo). Estamos em um momento de alta contagem de casos, onde a gente vê um aumento absurdo. Começam a faltar testes no Brasil, então não seria realmente o melhor momento”, finalizou.
Fonte: gazetadigital.com