MT: PRESCRIÇÃO: Juíza extingue punibilidade de Arcanjo por mais crimes de peculato e lavagem de dinheiro

MT:  PRESCRIÇÃO:  Juíza extingue punibilidade de Arcanjo por mais crimes de peculato e lavagem de dinheiro
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Por prescrição, a juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, extinguiu, novamente, a punibilidade do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro por mais crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Em outubro, ela já havia extinguido a punibilidade por estes crimes, que foram praticados entre maio a maio de 2002. Agora a extinção foi referente a fatos ocorridos entre setembro de 2002 a dezembro de 2002.

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João Arcanjo Ribeiro foi alvo de uma ação penal movida pelo Ministério Público de Mato Grosso por crimes investigados na Operação Arca de Noé, sobre desvios na Assembleia Legislativa (ALMT).

O MP se manifestou pela extinção da punibilidade de Arcanjo por mais crimes que prescreveram.

A magistrada citou que já foi declarada extinta, também, a punibilidade por fatos ocorridos entre setembro de 2001 a agosto de 2002, sendo determinado nesta decisão o prosseguimento do feito em relação a outros delitos, ocorridos entre setembro de 2002 a dezembro de 2002. No entanto, estes também prescreveram.

“Todavia, o acusado João Arcanjo Ribeiro conta com mais de 70  anos de idade e, em nosso ordenamento Jurídico, o prazo prescricional é reduzido pela metade, […], passando a ocorrer em 8 anos”, explicou a juíza.

Ela citou que em 2013 foram suspensos todos os processos da Arca de Noé até que fosse julgado o pedido de extradição de Arcanjo, que só ocorreu em setembro de 2018, ou seja, o prazo prescricional ficou suspenso por 5 anos. Porém, em decisão recente o Tribunal de Justiça de Mato Grosso entendeu pela inexistência da causa para suspensão do prazo.

“Entre a data do recebimento da denúncia (13 de julho de 2010) até a presente data transcorreram-se mais de 13 anos, motivo pelo qual a prescrição da pretensão punitiva em abstrato, de fato, efetivou-se”, disse a magistrada ao julgar extinta a punibilidade de Arcanjo.

Arca de Noé

Considerada a maior operação de Mato Grosso, a Arca de Noé investigou vários atos criminosos na Assembleia Legislativa (ALMT) que teriam sido liderados pelos ex-deputados José Riva e Humberto Bosaipo.

Os crimes foram praticados entre novembro de 2000 e dezembro de 2002, quando Riva era primeiro-secretário da AL, e foram denunciados pelo Ministério Público. A operação também teve o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro como alvo.

Réu confesso, José Riva desviou mais de R$ 5 milhões da Casa Legislativa, usando uma empresa fantasma.

Os processos contra Bosaipo tramitavam no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas voltaram à instância estadual depois que ele renunciou ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Arcanjo

João Arcanjo Ribeiro, conhecido como “Comendador”, foi acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso nas décadas de 80 e 90, sendo o maior “bicheiro” do Estado, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de Reais em impostos, entre outros crimes.

No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio. A prisão só foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai.

Além destes crimes, João Arcanjo também foi condenado por ser o mandante do assassinato do jornalista e empresário Sávio Brandão, morto com sete tiros de pistola 9 milímetros no dia 30 de setembro de 2002, em frente à sede do jornal Folha do Estado, no bairro Consil, em Cuiabá.

Conforme a denúncia do MP, Arcanjo teria mandado matar o empresário porque estava irritado com manchetes negativas sobre ele no jornal, que chegou a chamá-lo de “Al Capone de Mato Grosso”.

Fonte:  gazetadigital.com.br


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