Eles teriam recebido propina de empresas do transporte intermunicipal de Mato Grosso
A Turma de Câmaras Reunidas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso acatou a denúncia contra o deputado Dilmar Dal Bosco (União) e o suplente Pedro Satélite (PSD) pela acusação de terem recebido propina de empresários do setor de transporte.
Os dois vão responder a um processo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A denúncia do Naco (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual é resultado da Operação Rota Final, que investigou empresários que teriam pagado propina a agentes públicos para impedir a licitação do transporte intermunicipal em Mato Grosso.
O MPE relatou que Dilmar e Pedro Satélite receberam “vantagem indevida” dos empresários quando comandavam a Comissão Especial de Transportes da Assembleia Legislativa, utilizando-se, inclusive, de outras pessoas para lhes repassarem o “dinheiro sujo”.
A partir do cumprimento de mandados de busca e apreensão e da análise de documentos bancários/fiscais, constatou-se que os empresários teriam efetuado pagamentos, durante o período de 2012 a 2018, que totalizaram o valor de R$ 3.937.137,38, sendo R$ 990 mil para Dilmar e R$ 2.947.137,38 para Satélite.
“Em troca do recebimento desses valores, os denunciados atuariam, no âmbito da Administração Pública, visando impedir a implantação do novo STCRIP/MT (Sistema Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros de Mato Grosso), perpetuando as explorações precárias em curso”, diz trecho do documento.
Preliminarmente, Dilmar e Satélite pediram rejeição da denúncia ou a absolvição sumária. No entanto, a denúncia não foi considerada inepta e a preliminar foi rejeitada.
“Com essas considerações, recebe-se a denúncia em face de Dilmar Dal Bosco e Pedro Inácio Wiegert pelo cometimento, em tese, de corrupção passiva majorada e lavagem de dinheiro majorada, nos precisos termos da denúncia, nos precisos termos da denúncia/aditamento, levantado o sigilo processual”, concluiu.
Conforme as investigações, empresas que detinham contratos precários para a exploração do transporte intermunicipal em Mato Grosso temiam perder as linhas que possuíam caso fosse implementado o novo modelo no Estado. Por isso, segundo o MPE, corromperam autoridades públicas.
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Fonte: midianews.com.br