MT: SAÚDE EM CUIABÁ: Prefeitura diz que mortes aumentaram até 86% na intervenção

MT:   SAÚDE EM CUIABÁ:   Prefeitura diz que mortes aumentaram até 86% na intervenção
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Relatório após a intervenção do Governo na Secretaria Municipal de Saúde foi apresentado pelo prefeito Emanuel Pinheiro

Secom-Cuiabá
Relatório mostra aumento de mortes ocorridas nos Hospitais São Benedito e no antigo Pronto-Socorro

Com mais de 500 páginas, relatório apresentado na quinta-feira pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), mostra um aumento no número de mortes ocorridas nos Hospitais São Benedito e no antigo Pronto-Socorro, durante o período em que o Gabinete de Intervenção do Governo de Mato Grosso esteve à frente da Secretaria Municipal de Saúde.

O documento elaborado pela Prefeitura, que voltou a assumir a SMS em 1º de janeiro deste ano, trata-se de uma espécie de dossiê sobre como o Executivo recebeu a pasta na atenção primária, secundária e a terciária.

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Os problemas apontados vão desde a falta de medicamentos à ausência de médicos, unidades com estrutura precária e déficit orçamentário.

Chama a atenção o número pacientes que morreram durante os nove meses de intervenção, especialmente, no São Benedito.

“Transformaram (o hospital) em uma câmara de gás”, disse Emanuel Pinheiro, durante a apresentação do relatório.

Como comparação, a Prefeitura levou em consideração o período de 15 de março a 31 de dezembro de 2022, ou seja, mesmo espaço de tempo em que a SMS esteve sob intervenção, que começou em 15 de março de 2023 e terminou em 31 de dezembro passado.

De acordo com o levantamento, os óbitos saltaram de 105 para 196 (86,7%) no São Benedito e, de 264 para 352 (33,3%) mortes no antigo PS. Já no Hospital Municipal (HMC) Dr. Leony Palma, houve uma pequena queda (-2,8%): 672 óbitos durante a intervenção estadual e 692 no período anterior.

“Nós tínhamos a retaguarda da mudança clínica do hospital para atender pacientes graves e, os números de óbitos eram menores devido a essa situação de atendimento, respeitando a patologia”, afirmou o gestor assistencial do São Benedito, Prioter Antonito, enfermeiro obstetra que atua na rede de saúde há 28 anos e que fez um relato sobre a situação.

“Depois, abriram o leque para a demanda de UPA e policlínica. Os pacientes chegavam graves na UPA e policlínica e eram encaminhados para o Hospital São Benedito”, completou. Segundo ele, essa mudança foi o que causou o aumento de óbitos no período.

O prefeito Emanuel Pinheiro afirmou que essa foi uma das coisas mais graves já viu durante toda sua vida pública.

“O Hospital São Benedito foi transformado em uma câmara de gás. Em nove meses e meio de gestão estadual, o número de óbitos dobrou, sem justificativas plausíveis, pois em 2023 não tivemos pandemia. Um verdadeiro assassinato em massa. Isso não ficará impune”, afirmou o chefe do Executivo.

PASSIVO – A Prefeitura afirmou ainda que o Gabinete de Intervenção elevou o passivo da SMS em R$ 130 milhões, o que foi detectado mesmo diante do aumento de repasses do Governo do Estado ao município durante o período de intervenção.

Com isso, o déficit apurado em 2023 foi de R$ 121 milhões.

Para o prefeito, os dados mostram que o Gabinete enganou o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) e o Tribunal de Justiça (TJ-MT), apresentando informações inverídicas.

O saldo da dívida, que era de R$ 415 milhões em 2022, saltou para R$ 546 milhões em 2023.

“Os números demonstram que o Gabinete descumpriu as determinações judiciais que resultaram na intervenção para elaborar o pagamento de dívidas da SMS, fazendo o contrário: aumentando o débito”.

O prefeito vai enviar o relatório às autoridades competentes. A intervenção foi decretada pelo TJ-MT, após pedido do MP-MT, que apontou diversas irregularidades na SMS da Capital. A medida recebeu parecer favorável do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

OUTRO LADO – Por meio de nota, o Gabinete de Intervenção informou que, até o fechamento desta matéria, ainda não havia tomado conhecimento da fala do prefeito Emanuel Pinheiro.

Porém, informou que todos os números de atendimentos médicos, ambulatoriais e de UTIs tiveram aumento porque o Hospital São Benedito estava praticamente fechado antes da intervenção assumir a saúde da Capital.

“Ou seja, só por essa informação já é possível constatar que trata-se de mais uma conversa fiada do prefeito Emanuel Pinheiro que, ao invés de trabalhar e garantir atendimento digno à população, cria cortina de fumaça para acobertar o caos que é sua gestão”, disse.

Fonte:   diariodecuiaba.com.br


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