Pesquisadores brasileiros encontraram dezenas de ossadas humanas em um sítio arqueológico em Unaí (MG), onde, nos anos 1970, foi descoberta a única múmia encontrada até hoje no Brasil. O achado foi fruto do trabalho de arqueólogos, professores e alunos da UNB (Universidade de Brasília), do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE) e da Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará).
As escavações na Gruta do Gentio, reiniciadas no fim de 2021 após 35 anos de abandono, revelaram restos mortais com mais de 4 mil anos, que comprovam a existência de um sistema ritualístico funerário complexo em pleno período holoceno médio. A última vez em que o sítio foi visitado por arqueólogos foi em 1986.
Os pesquisadores encontraram ossadas em posições anatômicas e outras cujos membros estavam espalhados. Segundo o professor Francisco Pugliesi, pesquisador do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e do Departamento de Antropologia da Universidade da Flórida, as diferenças entre os sepultamentos ajudam a explicar como eram feitos os ritos funerários entre os indígenas na era pré-colonização.
“Eles praticavam o que chamamos de secundarização dos mortos. Em uma primeira etapa, os mortos eram sepultados inteiros, ainda com os órgãos internos”, explicou o professor à reportagem. Após a decomposição, os ossos eram então utilizados em outras cerimônias ritualísticas, como os destinados a homenagear os ancestrais.
Fonte: msn.com