pedido publicado Lula pede que Congresso retire de pauta projeto que prevê mineração em terra indígena

pedido publicado Lula pede que Congresso retire de pauta projeto que prevê mineração em terra indígena
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou na sexta-feira (31) ao Congresso Nacional que retire de tramitação o projeto de lei que regulamenta a exploração de minério em reservas indígenas. Agora, caberá aos parlamentares a palavra final. O pedido foi publicado no Diário Oficial da União de sexta.

A proposta foi apresentada em 2020 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que defende a mineração nessas regiões sob a justificativa de que o Brasil pode sofrer com falta de potássio, matéria-prima de fertilizantes. A matéria visa permitir a realização de pesquisa e da lavra de recursos minerais e do aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica em terras indígenas.

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Em março de 2022, a Câmara dos Deputados chegou a aprovar um requerimento de urgência para o projeto de lei. O documento havia sido aprovado com 279 votos a favor, 180 contra e três abstenções. O mecanismo permite que a matéria tramite de forma mais acelerada dentro da Casa, dispensando a necessidade de cumprimento de prazos e formalidades regimentais.

A matéria não foi validada pelo Senado e, como mostrou o R7, a possiblidade de ser apreciada ainda no final do mandato de Bolsonaro era praticamente nula, uma vez que o texto preocupa ambientalistas e indígenas e a Casa é tida como mais conservadora do que a Câmara dos Deputados.

Pedidos de exploração em terras indígenas
Levantamento do ISA (Instituto Socioambiental) — organização não governamental que atua na defesa do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas — e um relatório elaborado pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) em conjunto com a ONG Amazon Watch mostram que a maior parte dos requerimentos para extração de minérios em terras indígenas não versa sobre potássio.

O ISA fez um estudo que demonstra que, dos mais de 4.300 requerimentos minerários cadastrados na ANM (Agência Nacional de Mineração) atualmente para extração de sais de potássio e fosfato, apenas 25 se referem a locais fora de terras indígenas.

Apesar do pouco potencial para extração de potássio e fosfato, há interesse em outros minerais. Um relatório elaborado pela Apib com a Amazon Watch, divulgado em fevereiro deste ano, traz um levantamento que revela que, em novembro do ano passado, estavam ativos 2.478 requerimentos de pesquisa mineral protocolados na ANM sobrepostos a 261 terras indígenas. O dado, segundo o relatório, é do projeto Amazônia Minada, do site InfoAmazonia.

“A Apib e a Amazon Watch têm chamado a atenção para o avanço dos interesses das grandes mineradoras sobre as terras indígenas desde 2020, denunciando o grande número de requerimentos de pesquisa mineral protocolados na Agência Nacional de Mineração com impactos nesses territórios”, diz o relatório.

No documento, as ONGs afirmam que o projeto de lei 191/2020 retira “o poder dos povos originários de vetar” as atividades de mineração. “Um projeto que contradiz a Constituição brasileira e o direito internacionalmente reconhecido à autodeterminação dos povos indígenas garantido pela Convenção 169 da OIT [Organização Internacional do Trabalho]”, afirma.

Fonte: .gazetadigital.com.br

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