Sítio único de fósseis descoberto no País de Gales revela formas de vida primitivas

Sítio único de fósseis descoberto no País de Gales revela formas de vida primitivas
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Local apresenta fósseis de tecidos moles como olhos, nervos, intestino e cérebro de animais preservados como películas de carbono; veja imagens

Pesquisadores Lucy Muir e Joseph Botting trabalharam juntos no local no País de GalesJoseph Botting

Fósseis excepcionalmente bem preservados de minúsculos vermes, estrelas do mar, esponjas, cracas e outras criaturas sem paralelo moderno, descobertos em uma pedreira no País de Gales, no Reino Unido, pintam um quadro da vida na Terra há 462 milhões de anos.

Foi um momento crítico na história do planeta, quando praticamente não havia vida em solo, mas animais e algas prosperavam nos mares.

O sítio de fósseis de Castle Bank, perto de Llandrindod Wells, em Powys, é notável por causa do período de tempo que captura. Além disso, os fósseis mostram tecidos moles como olhos, nervos, intestino e cérebro que são preservados como películas de carbono em lamito, de acordo com um novo estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution nesta segunda-feira (1º).

O local oferece uma imagem mais completa da variedade de vida no passado – não apenas os animais com cascas duras e ossos que geralmente são encontrados como fósseis.

Joseph Botting, autor do estudo e pesquisador honorário do Amgueddfa Cymru Museum Wales, avistou uma esponja no local pela primeira vez em 2013 e coletou alguns fósseis semelhantes ao longo dos anos – mas não realizou um estudo aprofundado no local.

Em abril de 2020, com o tempo proporcionado pelas medidas de restrição da Covid-19, ele voltou ao local, que fica perto de sua casa, e descobriu um pedaço de rocha “que continha coisas com tentáculos”.

“Basicamente, não dormi naquela noite. Assim que você encontra esse tipo de tecido mole, sabe que qualquer coisa pode fossilizar. Então, naquele ponto, sabíamos que seria importante”, disse ele.

Detalhes sobre os achados

Os fósseis vêm de um período conhecido como Ordoviciano, quando a vida estava se tornando mais complexa. O período anterior, chamado Cambriano, testemunhou as origens dos animais, mas no final do período Ordoviciano, a Terra abrigava ecossistemas mais variados e diversos.

A maioria dos 170 animais descobertos até agora do local do fóssil eram minúsculos (1-5 milímetros) e muitos eram completamente de corpo mole quando vivos ou tinham uma pele dura ou exoesqueleto. A grande maioria parece ser de espécies completamente desconhecidas.

Enquanto outras criaturas de corpo mole do passado foram preservadas de maneira semelhante, principalmente nos depósitos do folhelho Burgess, nas Montanhas Rochosas canadenses, na Colúmbia Britânica, Castle Bank data de 50 milhões de anos depois, no Ordoviciano Médio.

Verme fossilizado com seu intestino preservado / Joseph Botting/Acervo pessoal

“Não há local comparável da mesma era. É um local completamente único”, disse Lucy Muir, coautora do estudo e também pesquisadora honorária do Amgueddfa Cymru Museum Wales.

Lucy e Botting, que são casados, disseram que também queriam destacar a contribuição de sua comunidade local para a descoberta. Um projeto de financiamento coletivo para comprar equipamentos de microscopia ajudou a identificar os animais e entender a importância do local para a paleontologia.

Fonte:  cnnbrasil.com.br


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