UBS Guia reforça ações para prevenção e oferta de tratamento da hanseníase

UBS Guia reforça ações para prevenção e oferta de tratamento da hanseníase
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Janeiro Roxo é dedicado ao combate da hanseníase. A doença tem cura e o tratamento é gratuito pelo Sistema Único de Saúde

“Já tivemos até 25 casos de hanseníase aqui. Hoje são aproximadamente 15 em tratamento e mais 6 pessoas foram diagnosticadas recentemente.  A doença tem cura, mas sofre resistência das pessoas. O que predomina é o preconceito”.  O relato da técnica de enfermagem da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Guia, Sulbene Maria Pereira, traduz o enfrentamento dos profissionais de saúde para reverter à situação no local.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através da UBS Guia, tem desenvolvido ações in loco, visitando os moradores na tentativa de combater o preconceito e esclarecer sobre os cuidados e tratamentos disponíveis na rede pública. São iniciativas contínuas e que no primeiro mês do ano se intensificam com  a Campanha Janeiro Roxo, justamente,  para combater a Hanseníase.

“Todas as equipes de saúde passaram por capacitação, receberam orientações para triagem e preenchimento de formulário para o trabalho de combate a hanseníase”, destacou a coordenadora da Regional Rural, Marinete de Oliveira Ribeiro.

O Distrito está situado a cerca de 30 km de Cuiabá, sendo assistido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que através da UBS Guia visita os moradores para esclarecer e fazer a buscativa dos casos. Só este mês, dentro da Campanha Janeiro Branco voltada para a hanseníase,  das 30 visitas realizadas por uma enfermeira da unidade, 7 pessoas de contatos foram encaminhadas com evidências da doença.

“Ter muitas cãibras e dor nos nervos podem ser indícios da hanseníase. O índice de pacientes tratados é alto na região, e nem todos são tratados na Guia, alguns precisam de tratamento especializado e são atendidos em Cuiabá. No Cermac é feito exame de sangue e baciloscopia (orelha e cotovelo) e no Centro de Especialidade Médica (CEM) também é feita acompanhamento médico”,  explicou Rosimeire Almeida Lara, técnica em saúde que também atua na UBS Guia.

A busca ativa tem como objetivo a verificação de novos casos entre os resistentes. “Um paciente que tratou e rescindiu é sinal de que tem alguém por perto bacilando (pessoa com o bacilo em circulação). Não é da noite para o dia que a hanseníase apresenta sinais. Leva anos de convivência, por isso precisa de averiguação se há pessoas bacilando e que ainda não manifestaram sinais aparentes da hanseníase, mas colocando em risco casos novos na família ou ocasionar reincidentes”, frisou Sulbene.

A transmissão é de convívio, não de contato esporádico. Na família de Sulbene quatro pessoas já tiveram a doença, receberam tratamento, estão curadas e ela não teve diagnóstico.

Já a agente de saúde,  Rosane Nunes da Silva, que atua na saúde há 25 anos, há cinco anos teve Hanseníase. Ela ficou sete  dias internada, teve reação aos medicamentos e precisou trocá-los, e mais, enfrentou o preconceito. “Hoje eu digo, tive, tratei e estou curada. Não escondo de ninguém. As pessoas têm que perder o receio do que o outro vai falar e buscar ajuda. Não é só a sua saúde, mas a dos seus familiares que também estão em risco. A informação ajuda, mas o tratamento é que resolve”, declarou Rosane.

Além de manchas (que não coçam e não doem) vermelhas, esbranquiçadas ou amarronzadas na pele  ou nódulos, a doença pode afetar os nervos. O diagnóstico da hanseníase é feito por um médico e o tratamento é simples, acessível em todas as Unidades Básicas de Saúde. E depois de curado, o acompanhamento é feito a cada três meses.

“Em caso de dúvida, a orientação é procurar uma Unidade de Saúde para esclarecimento e encaminhamento ao profissional médico. Não deixe para depois, o tratamento é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, quanto mais cedo detectado melhor para o resultado do tratamento”, pontuou Marinete de Oliveira Ribeiro.

“Antigamente, no início da década de 90 (1990) os pacientes com Hanseníase eram enviados de Cuiabá para cá. Muitos deles já sequelados (quando a pessoa fica incapacitada de desenvolver atividades), diagnosticados em fase avançada, sem possibilidade de reverter o quadro da doença. Hoje a doença não está mais mutilando, só temos casos de seqüelas leves”, explicou a técnica de enfermagem.

Apesar das ações desenvolvidas, segundo a profissional, é necessária a capacitação constante dos profissionais de saúde para a realização do trabalho.

ELIANA BESS

Prefeitura Cuiabá


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